DISTRIBUIÇÃO DE GENES DE VIRULÊNCIA E INTERAÇÃO COM LINHAGENS CELULARES IN VITRO EM CEPAS DE  AEROMONAS SPP. ISOLADAS DE DIVERSAS ORIGENS

Paula Azevedo dos Santos (UERJ); Aline Marcílio Gonçaves (UERJ); Angela Corrêa de Freitas Almeida (UERJ)

As Aeromonas são consideradas patógenos em potencial para o homem e animais e estão amplamente distribuídas no ambiente sendo a água e os alimentos importantes veículos de transmissão. Muitos estudos têm demonstrado que a patologia da infecção por Aeromonas é complexa e envolve vários fatores de virulência, incluindo enterotoxinas, hemolisinas, exoenzimas, sideróforos, flagelos e mecanismos de secreção. No presente trabalho analisamos a interação de cepas de Aeromonas, isoladas de diversas fontes, com linhagens celulares cultivadas in vitro, células Vero, HEp-2 e T84 visando detectar as atividades citotóxicas e invasivas. A pesquisa dos genes ast e alt e GCAT que codificam, respectivamente, as enterotoxinas citotônicas termo-estável e termo-lábil e uma lipase a glicerofosfolipídeo-colesterol aciltransferase foram realizadas pela técnica molecular da Reação em Cadeia da Polimerase. A detecção dos genes que codificam a enterotoxina citotônica (ast e alt) entre as 117 cepas de Aeromonas spp. estudadas foi melhor observada no complexo A. hydrophila, especialmente nas amostras oriundas de alimentos. Apenas 3.1% (gene ast) e 12.5% (gene alt) das cepas de A. caviae foram positivas, enquanto 59.6% (gene ast) e 44.7% (gene alt) de cepas de A. hydrophila foram positivas. A presença do gene GCAT foi detectada em 84,7% das 117 amostras estudadas, sendo 89,4% de positividade para o complexo A. hydrophila e 82,8% para o complexo A. caviae. Das 117 cepas de A. hydrophila, A.caviae e A veronii bt sobria analisadas, o percentual de positividade foi de 83,3% para a atividade citotóxica, em células Vero, não sendo observada atividade citotônica. Todas as A. hydrophila e A. veronii bt sobria foram citotóxicas e 75% das A. caviae. Das 14 cepas de A. hydrophila e A. caviae analisadas quanto a capacidade de invadir as linhagens celulares HEp-2 e T84, duas mostraram-se não invasoras, duas destruíram o tapete celular com 3 horas de incubação e 10 tiveram índices baixos de invasão em ambas as linhagens estudadas. Nossos dados demonstraram que Aeromonas spp. isoladas de água, alimentos e fezes humanas podem abrigar e expressar fatores de virulência o que reforça o potencial desse microrganismo como patógeno humano. Apoio CNPq, FAPERJ, SR2-UERJ