25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:757-1


Área: Patogenicidade Microbiana ( Divisão D )

ASSOCIAÇÃO DOS FLAGELOS POLAR E LATERAL EM CEPAS DE AEROMONAS CAVIAE NA FORMAÇÃO DE BIOFILME

Paula Gomes dos Santos (UERJ); Aline Marcílio Gonçalves (UERJ); Alexandre Ribeiro Bello (UERJ); Angela Corrêa de Freitas Almeida (UERJ)

Resumo

Aeromonas spp. são bactérias Gram negativas capazes de causar doenças intestinais e extra-intestinais. A virulência de algumas espécies do gênero já foi associada a diversos fatores, como a expressão de flagelos e conseqüente mobilidade bacteriana. A. caviae apresenta dois distintos sistemas flagelares, um deles responsável pela natação em meio líquido (swiming) onde está envolvido o flagelo polar, e outro associado ao deslizamento em superfícies sólidas ou viscosas (swarming), tem a  participação do flagelo lateral. A fim de avaliar a contribuição de ambos os flagelos no contexto da formação de biofilme em superfície plástica e aderência à linhagem celular HEp-2, foram estudadas 76 cepas de A. caviae isoladas de diferentes origens. Os resultados obtidos em nosso estudo demonstraram que a detecção do gene flaA (flagelina polar) foi mais freqüente (94%) que a do gene lafA (flagelina lateral) (71%) e, aparentemente, a presença deste último parece estar condicionada à do primeiro. Todas as cepas que apresentaram o genótipo flaA-lafA-, foram incapazes de formar biofilme, bem como 76% das cepas flaA+lafA-. As cepas provenientes de água foram as que exibiram menor percentual de positividade para o gene da flagelina lateral (57%) e aquelas onde se observou maior incapacidade de formação de biofilme (71%). Além disso, 95% das cepas flaA+lafA+ formaram biofilme e todas as cepas que apresentaram, quantitativamente, um biofilme forte, albergavam ambos os genes. A aderência à HEp-2 se mostrou eficiente em todos os casos onde ao menos um dos flagelos estava presente e em dois casos onde ambos estavam ausentes. Em contrapartida, não foi notado uma interferência exclusiva dos flagelos laterais nesse processo. Todas as três cepas que não aderiram ao modelo celular utilizado, ou o fizeram muito discretamente, não exibiram nem o gene flaA, tampouco o lafA. Em conclusão aos dados observados, apontamos que uma plena atividade de ambos os flagelos, geralmente, é requerida nos processos de aderência às superfícies abióticas e bióticas. Contudo, trabalhos adicionais da contribuição dessas estruturas na patogênese de A. caviae necessitam ser realizados. Apoio CNPq, FAPERJ e SR2-UERJ


Palavras-chave:  Aeromonas caviae, flagelos, biofilme