CULTIVO DE PICHIA PASTORIS EM EFLUENTES INDUSTRIAIS

Diego Gil de Los Santos (IFsul); Fabricio Rochedo Conceição (UFPel); Fábio Leivas Leite (UFPel); Carlos Gil Turnes (UFPel)

Pichia pastoris é uma levedura usada para expressão de proteínas heterólogas, com potencial uso como proteína unicelular e probiótico. Sua produção industrial requer a utilização de meios de cultivo de baixo custo, tais como efluentes ou subprodutos industriais. Na produção de arroz parboilizado no Rio Grande do Sul geram-se entorno de 5 bilhões de litros de efluente. Outro subproduto sem valor comercial gerado regionalmente é o glicerol obtido na produção de biodiesel, com 55% de glicerol, 1,4% de metanol e outros componentes. O objetivo deste trabalho foi testar a produção de P. pastoris utilizando ambos os subprodutos. Testou-se um efluente de arroz parboilizado adicionado de 1, 2 e 3% de glicerol, 1 % de sacarose e sem fonte complementar de carbono, e em YPD (Yeast Protein Dextrose). Colocaram-se os meios em balões aletados de 500mL com 20% de volume, autoclavados a 121ºC por 15 minutos e inoculados 7,5%v/v de cultivo em YM. Incubaram-se em agitador orbital a 200 rpm e 30ºC. Amostras foram coletadas às 0, 4, 8, 12, 24, 50, 72 e 96 horas, medindo-se densidade ótica por espectrofotômetro a 600nm e a biomassa após secagem a 30ºC até peso constante. Os melhores resultados foram obtidos às 50 h de cultivo. Os meios com 1, 2 e 3 % de glicerol produziram 3.1, 3.4 e 4.1 g L^-1 de biomassa, respectivamente; o efluente não suplementado 1.5 g L^-1, com sacarose 2.6 g L^-1 e em YPD 9.1 g L^-1. Estes resultados demonstraram que o efluente de arroz parboilizado adicionado de 3% de glicerol permite obter 45% da massa de P. pastoris obtida no meio de referência YPD, sem mostrar efeitos tóxicos sobre a levedura. Portanto o efluente do processo de parboilização de arroz suplementado com glicerol obtido da indústria de biodiesel é uma opção adequada para a produção de biomassa de P. pastoris.