IDENTIFICAÇÃO DA MICROBIOTA DA BRANCHONETA DENDROCEPHALUS BRASILIENSIS PESTA, 1921 (CRUSTACEA: ANOSTRACA) PRODUZIDA NA REGIÃO DO VALE DO SÃO FRANCOSCO NO ESTADO DE PERNAMBUCO

Márcia Gomes de Souza (UNIVASF); Ana Gabriela Lins Seabra (UNIVASF); Rodolfo de Moraes Peixoto (UNIVASF); Seldon Almeida de Souza (UNIVASF); Mateus da Costa Matiuzzi (UNIVASF)

A ocorrência do gênero Dendrocephalus foi registrada por Adolpho Lutz no município de Macaíba - RN, em 1929. A espécie D. brasiliensis, branchoneta, alimenta-se do plâncton, e possui hábito gregário. É fonte alternativa de alimento para larvas e alevinos das diversas espécies de peixes carnívoros. Estudos acerca da microbiota da espécie são necessários, devido à facilidade de proliferação em viveiros e sua utilização como alimento na piscicultura. Dados sobre a identificação de bactérias presentes nesta espécie são escassos. Objetivou-se identificar a microbiota do Dendrocephalus brasiliensis produzida na região do Vale do São Francisco - PE. O trabalho foi desenvolvido de setembro a dezembro de 2008, no município de Petrolina-PE. Amostras foram obtidas da estação de piscicultura CODEVASF Bebedouro e processadas no Laboratório de Microbiologia e Imunologia da UNIVASF. Foi realizado um total de três coletas, sendo que as amostras de cada coleta foram divididas em “pools”. Após a maceração as amostras foram cultivados em Ágar TSA e Ágar MacConkey e incubados a 27°C por 24 horas. As colônias bacterianas foram submetidas à coloração de Gram e provas bioquímicas que incluíram: teste de oxidase, fermentação de açúcares, produção de enxofre, avaliação da motilidade, produção de gás e de ácido sulfídrico em meio TSI (Triple Sugar Iron), urease, produção de gelatinase e redução de nitrato. Isolou-se Aeromonas spp. e outras bactérias pertencentes a família Enterobacteriaceae. Estas bactérias fazem parte da microbiota aquática e são consideradas patógenos oportunistas de peixes em condições ambientais desfavoráveis. A grande agressividade da branchoneta como predadora de plâncton nos viveiros e sua capacidade de formar cistos de resistência em situações de estresse ambiental causam preocupação, uma vez que estes persistem por muito tempo em condições desfavoráveis, podendo reiniciar seu ciclo assim que as condições forem propícias. Sendo assim, se faz necessário a realização de novos estudos para se conhecer a população da flora bacteriana intrínseca da branchonetas uma vez que, é composta por microrganismos envolvidos em enfermidades de peixes e camarões.