25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:736-1


Área: Ecologia Microbiana ( Divisão I )

ESPECTRO DE AÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA TOXINA KILLER PRODUZIDA PELA LEVEDURA KODAMAEA OHMERI

Marina Lages de Andrade (UFMG); Débora Gonçalves Chaves (UFMG); Anne Caroline Barbosa (UFMG); Agenor Valadares Santos (UFMG); Marcelo Matos Santoro (UFMG); Carlos Augusto Rosa (UFMG); Patricia Silva Cisalpino (UFMG)

Resumo

Em leveduras, as toxinas killer são moléculas extracelulares que exercem efeito deletério em células susceptíveis de mesma espécie, ou de espécie distinta, sem que ocorra o contato entre as células. Diferentes toxinas killer possuem propriedades físico-químicas, mecanismos de ação, receptores celulares e determinantes genéticos heterogêneos. Leveduras produtoras são denominadas killer e são imunes aos efeitos de sua própria toxina, cuja expressão gera uma eficiente estratégia biológica de competição potencialmente relevante para a sobrevivência e prevalência no ambiente. Uma linhagem de Kodamaea ohmeri, isolada do cactos Pilosocereus arrabidae, foi preliminarmente caracterizada como produtora de toxina killer. Para determinação do espectro de ação da toxina foram utilizadas 140 linhagens pertencentes às espécies Candida albicans (63), C. glabrata (30), C. tropicalis (9), C. parapsiliosis (14), C. lusitaniae (12) e C. guilliermondii  (12). As leveduras foram crescidas em meio Sabouraud, por 48h a 25°C, sucessivamente semeadas em placas contendo Agar extrato de malte-extrato de levedura (YM) tamponado acrescido de 0,0015% de azul de metileno. No centro das placas, sobre o inoculo anterior, adicionou-se uma gota de cultura de K. ohmeri, incubando-se a 25°C por 48h. Registrou-se a presença ou ausência de halo de inibição. A resistência da toxina a variações de temperatura e de pH também foi determinada. Após centrifugar-se a cultura de K. ohmeri, filtrá-la, desidratá-la (speed vac), ressuspendeu-se em tampões com diferentes pHs, testando-se novamente a atividade killer frente a uma levedura sensível em diferentes temperaturas (20, 25 e 37°C). Todas as espécies de Candida testadas apresentaram linhagens sensíveis à toxina de K. ohmeri. As linhagens de C. albicans (79,4%) e de C. tropicalis (88,8%) mostraram maior sensibilidade à toxina. As linhagens de C. glabrata (66,7%), C. guilliermondii (66,7%), C. lusitaniae (40%) e C. parapsiliosis (28,6%) foram sensíveis em diferentes proporções à toxina testada. A toxina de K. ohmeri foi sensível à temperatura de 37°C, mas é ativa em pHs ácidos e alcalinos (4,0, 7,0 e 8,0). Serão investigadas a susceptibilidade de outros fungos leveduriformes e filamentosos e buscaremos purificar a toxina produzida.
Apoio financeiro: CNPq, FAPEMIG, CAPES


Palavras-chave:  Candida albicans, Kodamaea ohmeri, Levedura, Toxina killer