INFLUÊNCIA DAS CONDIÇÕES DE CULTIVO NA PRODUÇÃO DE BIOSSURFACTANTE POR PSEUDOMONAS AERUGINOSA CULTIVADA EM GLICEROL COMO SUBSTRATO

Selma Neide Rodrigues Lopes Silva (UNICAP); Aline Ferreira Silva (UNICAP); Charles Bronzo Barbosa Farias (UNICAP); Camila Figueirêdo Albuquerque (UNICAP); Danyelle Khadydja Félix Santos (UNICAP); Raquel Diniz Rufino (UNICAP); Juliana Moura Luna (UNICAP); Leonie Asfora Sarubbo (UNICAP)

Muitos biossurfactantes têm sido produzidos e aplicados na biodegradação de hidrocarbonetos, destacando-se os raminolipídeos de Pseudomonas aeruginosa. Os raminolipídeos são glicolipídeos, compostos por uma cabeça hidrofílica, constituída por uma ou duas moléculas de raminose e por uma cadeia hidrofóbica constituída por um ou dois ácidos graxos. Os tipos produzidos irão depender da bactéria, da fonte de carbono e das condições de cultivo. Os raminolipídeos representam uma das classes mais importantes de biossurfactantes, uma vez que apresentam inúmeras vantagens como altos rendimentos e tensões superficiais reduzidas. Nesse sentido, a influência das condições de cultivo, envolvendo aeração (60, 80 e 90%), agitação (150 e 200 rpm), temperatura (28 e 37 °C) e tempo de cultivo (72, 96 e 120 horas) na produção do biossurfactante por Pseudomonas aeruginosa cultivada em 3% de glicerina foi avaliada. Amostras foram retiradas para determinação da tensão superficial e do rendimento em surfactante isolado após isolamento com clorofórmio-metanol. Os resultados obtidos demonstraram que a velocidade de 200 rpm favoreceu o acúmulo de biossurfactante (6 g/L), embora a tensão superficial tenha permanecido inalterada para as duas velocidades testadas. Por outro lado, a variação da temperatura e da aeração não alterou os valores de rendimento e tensão superfcial, que permaneceram em torno de 27,5 mN/m. Quanto ao tempo de cultivo,  o rendimento em surfactante isolado foi maior após 96 horas de fermentação, observando-se um acúmulo de 9 g/L em surfactante isolado. O considerável aumento do rendimento em produto isolado em um menor tempo de fermentação, juntamente com uma redução de tensão superficial comparável às descritas na literatura para biossurfactantes potentes demonstram a viabilidade econômica da produção de biossurfactantes a partir de glicerina como substrato com vistas a aplicação ba biomolécula nas indústrias do país.