25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:724-2


Área: Microbiologia Veterinária ( Divisão G )

TRANSMISSÃO DE CÉLULAS VNC (VIÁVEIS NÃO CULTIVÁVEIS) DE CAMPYLOBACTER JEJUNI EM OVOS SPF (SPECIFIC PATOGEN FREE)

Roberta Torres de Melo (LABIO); Eliane Pereira Mendonça (LABIO); Adélia Rodrigues Guimarães (FAMEV-UFU); Roseane Nascimento Alves (PPIPA); Belchiolina Beatriz Fonseca (PPIPA); Daise Aparecida Rossi (LABIO)

Resumo

Campylobacter jejuni é a primeira causa de gastroenterite humana. Uma característica importante dessa bactéria é o fato de em situações adversas como alterações bruscas de pH ou de temperatura, por exemplo, ela pode assumir formas viáveis não cultiváveis (VNC) tendo poder de infecção, mas não é capaz de ser detectada em cultura tradicional. Apesar da carne de frango ser um importante veiculador do patógeno a transmissão vertical ainda não é definida como uma via importante de disseminação em lotes de frangos. O objetivo desse trabalho foi avaliar a passagem de células VNC de Campylobacter jejuni em ovos SPF (specific patogen free) e verificar a viabilidade dessas células em embriões e pintos recém-eclodidos. Foram utilizados 80 ovos SPF, dos quais 40 pertenciam ao grupo teste e 40 ao controle. Os ovos teste foram armazenados em uma cama de maravalha artificialmente contaminada com 105 UFC.g-1 de Campylobacter jejuni (amostra clínico humana IAL 2383) previamente submetidas à transformação em viável não cultivável e diluídas em caldo Bolton suplementado com 5% sangue bovino hemolizado. Os ovos controle foram conservados em maravalha semelhante ao teste, porém sem a presença da bactéria. Todos os ovos foram mantidos à temperatura ambiente (25°C +/- 2°C) por 3 horas e posteriormente foram conservados em incubadoras ajustadas quanto à temperatura e à umidade adequadas até o nascimento. Posteriormente, todos os ovos e pintos foram retirados para a análise do vitelo e do mecônio. Para avaliar a presença de Campylobacter ssp, as amostras foram enriquecidas em caldo Bolton e após 24 horas estriadas em ágar CCDA e incubadas durante 48 horas a 37°C em atmosfera de microaerofilia. Não houve crescimento de Campylobacter ssp em nenhuma das amostras analisadas pela metodologia tradicional. Esse fato faz sugerir que não houve células vivas de Campylobacter spp nos pintos e nos embriões ou que os microrganismos se mantiveram em um estado "viável mas não cultivável". Assim, apesar da possibilidade de contaminação por VNC, essas células não são capazes de penetrar nos poros dos ovos e infectar  embriões de ovos SPF.

AGÊNCIA FINANCIADORA: FAPEMIG


Palavras-chave:  Campylobacter, ovos, pintos, transmissão