POTENCIAL ANTIFITOPATOGÊNICO DE ACTINOMICETOS ENDOFÍTICOS DE TOMATEIRO (LYCOPERSICON ESCULENTUM).

Margaroni Fialho de Oliveira (UFRGS); Julie Graziela Zanin (UFRGS); Sueli Van Der Sand (UFRGS)

O tomateiro (Lycopersicon esculentum) caracteriza-se por ser uma das principais hortaliças produzidas no Brasil e também por ser uma das culturas mais susceptíveis ao ataque de fitopatógenos. Este fato faz com que receba inúmeras aplicações de pesticidas o que pode acarretar prejuízos ambientais, ao homem e aos animais.  Na tentativa de extiguir e/ou minimizar a aplicação destes pesticidas, métodos alternativos de controle dos fitopatógenos têm sido pesquisados. Neste contexto, os actinomicetos endofíticos têm atraído a atenção como potenciais agentes de biocontrole na agricultura. Este trabalho foi realizado com o objetivo de selecionar actinomicetos de tomateiro como potenciais agentes de biocontrole. Desta maneira, 70 actinomicetos de tomateiro isolados de três cidades do Rio Grande do Sul (Canoas, Nova Petrópolis e Novo Hamburgo) foram avaliados para verificar a atividade antimicrobiana contra oito bactérias teste e oito fungos filamentosos. Foi empregada a técnica da dupla camada, sendo os actinomicetos inoculados em picada sobre placas contendo meio ágar amido caseína (ACA) e incubadas a 30ºC por um período de 14 dias. Posteriormente, foi depositada uma sobrecamada de 10 mL de meio ágar Müeller-Hinton inoculado com bactérias e 10 mL de ágar Sabouraud inoculado com os fungos filamentosos. As placas foram incubadas a 28°C, por um período de 24-48 horas e 7-10 dias, respectivamente, para bactérias e fungos. Após este período a atividade antimicrobiana foi determinada através da presença de halos de inibição. O percentual de atividade antimicrobiana apresentado pelos actinomicetos foi alto, visto que 88,57% foram ativos contra pelo menos um fitopatógeno. Dos actinomicetos ativos, 25 (40,32%) inibiram somente bactérias, quatro (6,45%) somente fungos e 33 (53,23%) inibiram bactérias e fungos simultaneamente. Estes resultados sugerem que os actinomicetos avaliados neste trabalho podem ser considerados potenciais agentes de biocontrole de fitopatógenos.