25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:716-2


Área: Microbiologia de Alimentos ( Divisão K )

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA ÀS CONDIÇÕES GASTRINTESTINAIS E CAPACIDADE DE HIDROLISAR SAIS BILIARES DE LACTOBACILLUS SAKEI 1

Marina Rezende Rodrigues (FCFRP - USP); Bruna Carrer Gomes (FCFRP - USP); Elaine Cristina Pereira de Martinis (FCFRP - USP)

Resumo

A capacidade de sobrevivência às condições do trato gastrintestinal e a capacidade de hidrolisar sais biliares (BSH) estão incluídas entre os critérios para a seleção de culturas probióticas. Entretanto, a atividade de BSH também foi sugerida como potencialmente prejudicial ao hospedeiro humano e, desta forma, ainda não foi completamente esclarecido se esta atividade é de fato desejável em uma bactéria com potencial probiótico. Uma cultura de L. sakei 1 (caldo MRS/24h/37°C), foi inoculada (1% v/v) em caldo MRS com ou sem a adição de 0,3% (p/v) de Oxgall (Sigma, EUA). Após 24 h de incubação a 37°C foram determinadas as populações bacterianas por meio da leitura da absorbância a 620nm (A620nm), utilizando os caldos sem inoculação como brancos. A porcentagem de tolerância aos sais biliares foi calculada pela comparação dos valores de A620nm das culturas no caldo MRS com ou sem a adição de Oxgall. Para avaliação da capacidade de hidrolisar sais biliares (BSH) alíquotas de 10 mL da cultura (caldo MRS/24h/37°C) foram transferidas para placas de ágar MRS suplementado com 0,5% (p/v) de sal sódico do ácido taurodeoxicólico e 0,37 g/L de cloreto de cálcio (CaCl2) e incubadas (37°C/72h) em jarras contendo envelopes geradores de anaerobiose (Anaerogen, Oxoid). Baseando-se no diâmetro da zona de precipitação ao redor das colônias, a atividade de BSH foi classificada como: ausente (ausência de zona de precipitação), baixa (até 10mm), média (entre 10 e 15mm) e alta (> 15mm). Foi observado que 58,32% do inóculo de L. sakei 1 foi capaz de sobreviver na presença de Oxgall a 0,3%. L. sakei 1 não foi capaz de hidrolisar os sais biliares conjugados, não havendo crescimento visível em todas as repetições. L. sakei 1 utilizado neste trabalho foi previamente isolado de alimento, o que pode explicar sua ausência de atividade de BSH. A atividade de BSH em bactérias láticas é correlacionada com o habitat natural. Geralmente, linhagens com atividade BSH são provenientes de ambiente intestinal, onde estão naturalmente expostas aos sais biliares. Apesar de não possuir atividade de BSH, L. sakei 1  foi capaz de sobreviver na presença de sais biliares.

 

Auxílio: Auxílio projeto CNPq Universal (470204/2007-9) e bolsas de estudo CNPq (116515/2008-2) e FAPESP (07/56365-6).


Palavras-chave:  Lactobacillus sakei 1, probióticos, sais biliares