CARACTERIZAÇÃO DE ISOLADOS DE MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS DO TIPO "BEIJING".

Lia Lima Gomes (FIOCRUZ); Sidra Ezidio Gonçalves Vasconcellos (FIOCRUZ); Adalgiza da Silva Rocha (FIOCRUZ); Atiná Elias Ribeiro (FIOCRUZ); Elena Lassounskaia (UENF); Harrison Magdinier Gomes (FIOCRUZ); Afrânio Lineu Kritsky (UFRJ); Philip Noel Suffys (FIOCRUZ)

INTRODUÇÃO: Em 1995, a família M. tuberculosis Beijing foi descrita inicialmente na China e em países próximos por Spoligotyping. No Brasil, em 2005, com baixa prevalência foram registrados os primeiros casos de infecção por Beijing. Esta família está relacionada à maior capacidade de transmissão, hipervirulência, múltipla resistência aos fármacos em diferentes regiões geográficas. Apesar da família Beijing apresentar similaridade genética quando analisada por IS6110-RFLP e Spoligotyping, dados recentes baseados na verificação de MIRUs sugerem a existência de uma maior variabilidade genética, proporcionando apontar a microevolução na população destes isolados e traçar caminhos filogenéticos em associação com outras ferramentas moleculares. OBJETIVO: Analisar características genotípicas e fenotípicas de isolados de Mtb Beijing proveniente de diversas regiões geográficas (Brasil, Moçambique, Argentina e Rússia). MÉTODO: Análise genética da família Beijing por Spoligotyping, MIRU-VNTR, PCR inverso IS6110 e avaliação de genes relacionados à virulência (pks15/1) e a resistência as drogas anti-TB (rpoB). RESULTADOS E COMENTÁRIOS: Foram analisados através do MIRU-VNTR24 loci, isolados clínicos classificados após genotipagem por Spoligotyping como sendo Mtb Beijing (N: 21) de pacientes com diagnóstico de tuberculose confirmado de diferentes nacionalidades. Inicialmente analisamos apenas 12 loci, o que demonstrou ser pouco discriminatórios entre estes isolados, sendo assim, incorporamos no estudo mais 12 loci variáveis. O MIRU-VNTR analisando os 24 loci demonstrou maior poder discriminatório nestes isolados quando comparado com apenas 12 loci, este método foi capaz de identificar perfis únicos, separando o grande cluster avaliado inicialmente por 12 loci. Todos os isolados apresentaram a inserção de 7bp no gene pks15/1, característica de Beijing. Está inserção é responsável pela a produção de PGL, que está relacionada alta virulência em isolados de Mtb. Identificamos apenas um isolado com mutação no gene rpoB, sendo este associado com resistência à Rifampicina (SER→PHE). Conclusão: Estes resultados são preliminares e maiores estudos são necessários para entender a relação dos genótipos encontrados e o fenótipo destes isolados de diferentes regiões geográficas e a importância de Mtb Beijing na transmissão da tuberculose no Brasil e na America do Sul.