25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:697-1


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

ASPECTOS DA IDENTIFICAÇÃO E COMPOSIÇÃO CLONAL DE AMOSTRAS DE KLEBSIELLA/RAOULTELLA ISOLADAS DE NEONATOS SOB CUIDADOS INTENSIVOS

Livia Helena Justo da Silva (UFRJ); Rubens Clayton Silva Dias (UFRJ); Flávia Lúcia Piffano Costa Pellegrino (UFRJ); Rosana Macedo de Almeida (UFRJ); Valéria Brígido de Carvalho Girão (UFRJ); Maria Silvana Alves (UFJF); Rosana Maria Rangel dos Santos (SMS); Maria Beatriz Gerardin Poirot Leobons (SMS); Arnaldo C. Bueno (SMS); Carmen Lúcia Pessoa da Silva (SMS); Beatriz Meurer Moreira (UFRJ); Guilherme Santoro-lopes (SMS); Patrícia Inhaquite (SMS); Cristina Barroso Hofer (SMS); Antônio L. L. Cunha (SMS)

Resumo

Identificar os agentes de infecção hospitalar em espécie é fundamental para o estudo da epidemiologia e tratamento das infecções. O gênero Raoultella foi recentemente descrito, porém para a sua identificação, são necessários testes fenotípicos e moleculares raros nos laboratórios. Raoultella pode representar entre 2 e 9% das amostras de Klebsiella isoladas de neonatos, mas sua importância ainda não está clara. Os objetivos do presente estudo são: estudar amostras de Klebsiella/Raoultella obtidas de neonatos admitidos em unidades de tratamento intensivo da rede municipal do Rio de Janeiro para identificá-las em espécies, determinar sua susceptibilidade aos antimicrobianos e investigar a diversidade clonal. A identificação das amostras foi realizada através de 20 testes fenotípicos e sequenciamento de um fragmento do gene rpoB utilizando os iniciadores rubF (5’CTCTGGGCGATCTGGATA 3’) e rubR (5’CATGTTCGCACCCATCAA 3’). A susceptibilidade aos antimicrobianos foi determinada por meio de disco-difusão (CLSI) e a produção de ESBL foi detectada através do teste de dupla difusão. A genotipificação das amostras foi realizada através da técnica de ERIC-PCR utilizando o iniciador ERIC-2 (5’AAGTAAGTGACTGGGGTGAGCG 3’). Foram obtidas 136 amostras de 109 neonatos nos períodos de abril/2005 a outubro/2006 e março/2008 a fevereiro/2009. Um total de 121 (89%) foi identificado como Klebiella pneumoniae/Klebsiella variicola, 13 (9,5%) como Klebsiella oxytoca e duas (1,5%) como Raoultella. A identificação destas últimas foi confirmada por sequenciamento do fragmento do gene rpoB. Das 136 amostras, 130 (95,6%) apresentaram resistência à ampicilina, 90 (66,2%) à cefalotina, 74 (54,4%) à gentamicina, 65 (47,8%) à cefotaxima, 58 (42,6%) ao aztreonam, 54 (40%) à cefepima, 53 (39%) à ceftazidima, 46 (33,8%) à cefoxitina, 43 (31,6%) à amicacina, 37 (27,2%) ao sulfametoxazol-trimetoprim, 12 (8,8%) à ciprofloxacina, 12 (8,8%) à piperacilina-tazobactam, e uma (0,7%) ao meropenem. Um total de 83 amostras (61%) revelou produção de ESBL, incluindo uma amostra de R. planticola. A análise da genotipificação revelou a existência de 46 genótipos entre as amostras. Os resultados mostram a grande diversidade clonal entre amostras de Klebsiella/Raoultella e confirmam que o gênero Raoutella é raramente isolado de espécimes clínicos.


Palavras-chave:  Raoultella, Klebsiella, Identificação