25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:692-1


Área: Micologia Médica ( Divisão B )

FREQUÊNCIA, FATORES DE RISCO E PERFIL DE SUSCETIBILIDADE DE ESPÉCIES DE CANDIDA NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE LONDRINA

Emanuele Júlio Galvão de França França (UEL); Juliana Frasnelli Rota Rota (UEL); Daniel Favero Favero (UEL); Marcelo Tempesta de Oliveira Oliveira (UEL); Luciana Furlaneto-maia (UTFPR); Regina Mariuza Borsato Quesada Quesada (UEL); Marcia Cristina Furlaneto Furlaneto (UEL)

Resumo

Espécies do gênero Candida estão entre as principais causas de infecções fúngicas nosocomiais em pacientes imunocomprometidos. Embora Candida albicans seja a espécie predominantemente isolada, nas últimas décadas tem ocorrido aumento significativo na incidência de outras espécies, o que varia em função de diversas características, especialmente da região geográfica. Desta forma, os objetivos deste estudo foram avaliar a freqüência de Candida spp. obtidas de pacientes internados no Hospital Universitário de Londrina-PR., bem como analisar o perfil de susceptibilidade à antifúngicos e os fatores de risco associados à episódios de candidemia. Foram obtidos 270 isolados de espécies de Candida de pacientes atendidos no período de 2004 a 2007, provenientes de urina (156), sangue (40), mucosas (54) e lesões de pele e unha (20). O emprego da técnica de PCR permitiu a identificação de C. albicans, Candida tropicalis, Candida krusei, Candida glabrata e Candida parapsilosis, sendo que para as três primeiras encontrou-se 100% de concordância com a identificação presuntiva, em meio cromogênico CHROMagar. A freqüência de isolamento das diferentes espécies em função do sítio variou de acordo com o local da infecção, sendo a maior freqüência de C. albicans em amostras de urina (71,3%) e a menor em lesões de pele e unha (2,9%). Dentre as espécies não-albicans, C. tropicalis e C. glabrata foram predominantemente isoladas de urina (65,5%), C. parapsilosis de mucosa (53,%), e C. krusei isolada apenas em sangue (50%) e urina (50%). Observou-se que vários fatores de risco parecem estar associados aos episódios de candidemia, destacando-se o uso prévio de antibióticos (100%), uso de cateter venoso (87,5%) e nutrição parenteral (75%). A maioria das amostras de C. albicans e C. tropicalis foi susceptível aos antifúngicos avaliados, embora 23% das últimas foram resistentes ao itraconazol e 7,7% à anfotericina B e ao cetoconazol. O maior nível de resistência foi observado para C. krusei. Estes dados concordam com estudos recentes relacionados às taxas de isolamento de espécies não-albicans, à influência de fatores predisponentes e a existência de diferentes níveis de suscetibilidade entre as espécies.  

Agradecimentos: Fundação Araucária-PR-Brasil, CNPq, CAPES e PROPPG/UEL.


Palavras-chave:  Candida spp, candidemia, fatores de risco, fungigrama