DIVERSIDADE GENÉTICA DE MICRORGANISMOS ASSOCIADOS ÀS PLANTAS CARNÍVORAS UTRICULARIA FOLIOSA, U. SUBULATA E U. MEYERI (LENTIBULARIACEAE)

Fernanda Cristina Storte Santos (UMC); Vitor Fernandes Oliveira de Miranda (UMC); Welington Luiz de Araújo (UMC)

Utricularia ssp. é um gênero da família Lentibulariaceae que apresenta folhas modificadas em armadilhas de captura, denominadas de utrículos. Alguns autores sugerem que após a captura e morte por asfixia da presa, bactérias presentes nos utrículos participam do processo de decomposição. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi caracterizar a comunidade bacteriana cultivável associada aos utrículos e estolões de U. foliosa, U. subulata e U. meyeri. Para isso, bactérias associadas aos estolões e aos utrículos foram isoladas em meio de cultura TSB 5%, avaliadas quanto a produção de amilase e solubilização de fosfato, e posteriormante identificadas por meio do sequenciamento do gene 16S RNAr. Os resultados mostram que a densidade bacteriana em utrículos e estolões foi de 3,52 a 5,01 Log10 UFC.U^-1, e 4,88 a 7,29 Log10 UFC.gtecido, respectivamente, e que Acetobacter pasteurianus, Bacillus aerophilus, B. altitudinis, B. barbaricus, B. cereus, B. circulans, B. pumilus, B. safensis, B. siralis, B. thuringiensis, Citrobacter sp., Enterobacter aerogenes, Klebsiella oxytoca, Kluyvera ascorbata, Pantoea sp., Pectobacterium carotovorum, Serratia marcescens, Sphingomonas azotifigens e S. trueperi foram as espécies dominantes nos utrículos. Foi observado também que a frequência média de bactérias produtoras da enzima amilase foi de 17% em utrículos, e de 26% em estolões, enquanto que a frequência de bactérias capazes de solubilizar fosfato foi menos em utrículos (29%) do que em estolões (55%). Dessa forma, os resultados obtidos até o presente momento, indicam que ocorrem diferenças fisiológicas entre as comunidades bacterianas do utrículo e do estolão de Utricularia ssp., permitindo sugerir que esta variação possa estar associada aos diferentes nichos ocupados nestas estruturas da planta hospedeira. Apoio financeiro: FAPESP (Processo nº 2007/58277-7).