25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:687-2


Área: Microbiologia Veterinária ( Divisão G )

GENOTIPIFICAÇÃO DE CLOSTRIDIUM PERFRINGENS ISOLADOS DE BOVINOS ADULTOS NA ENTRADA DO CONFINAMENTO

Felipe Masiero Salvarani (EV-UFMG); Rodrigo Otávio Silveira Silva (EV-UFMG); Prhiscylla Sadanã Pires (EV-UFMG); Isabella Silva Albefaro (EV-UFMG); Guilherme Guerra Alves (EV-UFMG); Antonio Último de Carvalho (EV-UFMG); Elias Jorge Facury Filho (EV-UFMG); Francisco Carlos Faria Lobato (EV-UFMG)

Resumo

Clostridium perfringens são classificados em cinco tipos, de A a E, com base na produção de quatro toxinas principais: alfa, beta, épsilon e iota. Estes agentes são responsáveis por diversas patologias, como, por exemplo, a enterotoxemia causada por C. perfringens tipo D, que afetam os diferentes sistemas de produção de ruminantes, determinando prejuízos aos criadores e ao agronegócio brasileiro. O teste in vivo mais comumente utilizado para tipificação de C. perfringens é a soroneutralização em camundongos. Apesar de reconhecido pela sua sensibilidade e especificidade, é um método demorado e relativamente caro, pois requer o uso de grande número de animais, além de gerar discussões éticas por parte de grupos humanitários e pesquisadores que visam o bem estar animal. Outro ponto limitante é a dificuldade de detecção em amostras de campo devido à instabilidade das toxinas, rapidamente degradadas por enzimas bacterianas e teciduais. Como alternativa aos métodos in vivo, amostras de C. perfringens podem ser tipificadas através da reação em cadeia da polimerase múltipla (PCR multiplex) para detecção simultânea dos genes que codificam a produção das toxinas principais, além disso, a PCR pode ser uma importante ferramenta pela possibilidade de aplicação em tecidos fixados em formalina. Com isso, o presente estudo objetivou a tipificação de cepas de C. perfringens isoladas a partir das fezes de bovinos adultos criados a pasto, do município de Barra dos Graças, Mato Grosso, Brasil. Foram coletadas 96 amostras fecais de bovinos machos, fruto de cruzamento industrial, no momento em que os animais entraram no sistema de confinamento. Para o isolamento, as fezes foram semeadas em agar SPS, específico para o crescimento de C. perfringens, e incubadas em atmosfera de anaerobiose a 37° C por 24 horas. Colônias características foram avaliadas pelo método de coloração de Gram e submetidas à extração térmica do DNA, a 98° C por 20 minutos. Os resultados da análise dos espécimes clínicos mostraram que em 24 (25%) das 96 amostras processadas foram encontrados bastonetes Gram-positivos anaeróbios, sendo todos identificados como C. perfringens por meio de provas bioquímicas. Na PCR Multiplex, observou-se que 14 (58,3%%) dos isolados eram do tipo A, dois (8,3%%) do tipo C e oito (33,4%%) do tipo D. Os tipos B e E não foram encontrados nas amostras analisadas. Os resultados encontrados neste trabalho demonstram a relevância da genotipagem dos tipos de C. perfringens, pois a mesma é importante para o desenvolvimento e avaliação de programas de vacinação, além de auxiliar no reconhecimento da epidemiologia das infecções por esses agentes, indicando a melhor estratégia a ser utilizada no controle e prevenção das clostridioses nas criações de bovinos, principalmente no momento de introdução no confinamento.


Palavras-chave:  Clostridium perfringens tipo A, Clostridium perfringens tipo B, Clostridium perfringens tipo C, Clostridium perfringens tipo D, Clostridium perfringens tipo E