DETECÇÃO DE ENTEROBACTÉRIAS PATOGÊNICAS AO HOMEM EM ALFACE E CENOURA COMERCIALIZADAS NA CIDADE DO RECIFE

Luana Miguel dos Anjos (UFRPE); Elineide Barbosa da Silveira (UFRPE); Rosa Maria Nunes Galdino (UFRPE)

Hortaliças in natura são muito consumidas na forma de saladas. Apesar de seu elevado valor nutritivo, conforme as condições higiênico-sanitárias que apresentem, podem torna-se veículos transmissíveis de microrganismos patogênicos ao homem. Objetivou-se determinar os níveis de contaminação de coliformes totais e coliformes fecais, identificar Escherichia coli e Salmonella em folhas de alface lisa e raízes de cenoura comercializadas em feiras-livres e supermercados na cidade do Recife. Foram analisadas 20 amostras, sendo 10 de alface e 10 de cenoura (cinco de cada local). A técnica utilizada para contangem dos coliformes foi a do Número Mais Provável por grama de amostra (NMP/g) e para detecção de Salmonella utilizou-se o método convencional em que há um pré enriquecimento, enriquecimento, plaqueamento seletivo e posteriores provas bioquímicas. Os resultados foram fundamentados na Resolução RDC N°12 de janeiro de 2001 da ANVISA que estabelece para coliformes a 45°C de tolerância  10² NMP/g e ausência de Salmonella em 25 gramas de amostra. Considerou-se para coliformes fecais como referência para os totais classificando os resultados em satisfatórios ou não. Do total das amostras, 80% foram consideradas insatisfatórias para coliformes totais sendo 30% provenientes de supermercados (20% de alface e 10% de cenoura) e 50% de feiras-livres (25% de cada hortaliça). O NMP de coliformes fecais acima do padrão representou 90% nas amostras provenientes de feiras-livres, deste total, 50% foram amostra de alface e 40% de cenoura. Já nas provenientes de supermercados o NMP acima do padrão representou 40%, em que desse total, 30% foram de alface e 10% de cenoura. E. coli foi detectada em três amostras de alface (duas de feiras-livres e uma de supermercado) e em três amostras de cenoura (todas de feira-livre). Já Salmonella sp. foi detectada em quatro amostra de alface (duas de cada local) e em nove amostras de cenoura (cinco de feiras-livres e quatro de supermercado). Tais níveis indicam contaminação além do esperado em todas as amostras. Mesmo com a legislação em vigor, muitos estabelecimentos oferecem ao consumidor produtos com qualidade microbiológica indesejável sugerindo processos higiênico-sanitários deficientes, falhas na fiscalização e até mesmo ausência de exigências específicas para hortaliças comercializadas em feiras-livres.