25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:679-1


Área: Microbiologia Veterinária ( Divisão G )

COMPARAÇÃO ENTRE DESAFIO PADRÃO E DE DESAFIOS COM AMOSTRAS DE CAMPO NO TESTE DE POTÊNCIA NIH ADOTADO OFICIALMENTE PELO BRASIL PARA CONTROLE DE VACINAS VETERINÁRIAS CONTRA A RAIVA

Fernando José Pires de Souza (LANAGRO/SP); Adolorata Aparecida Bianco Carvalho (Unesp/FCAV/Jaboticab); Juliana Olivencia Ramalho Nunes (Unesp/FCAV/Jaboticab); Amires Gonçalves de Campos (LANAGRO/SP)

Resumo

Apesar dos conhecimentos atuais sobre a ocorrência de diferentes variantes do vírus da raiva, as vacinas contra a doença continuam sendo preparadas e testadas com vírus das estirpes clássicas, como o CVS e o PV. Em decorrência do aumento da disseminação do vírus pelo morcego hematófago Desmodus rotundus, a raiva tem matado milhares de herbívoros no Brasil, causando grande prejuízo econômico. Como algumas dessas mortes ocorrem em animais supostamente vacinados, não é raro encontrar pecuaristas que não confiam na eficácia das vacinas.  No Brasil, a potência das vacinas veterinárias contra a raiva é avaliada pelo teste do National Institutes of Health - NIH. Esse é o teste preconizado pela Organização Mundial de Saúde e o mais adotado internacionalmente. Possui a vantagem de incluir uma vacina de referência nacional (VRN) padronizada por meio de testes comparativos com uma vacina de referência internacional (VRI). O desempenho das vacinas é medido pela DE50%, sendo consideradas aprovadas as partidas com potência igual ou superior a 1,0 UI. O presente estudo comparou o desafio viral com o vírus fixo CVS, utilizado como padrão no teste de potência NIH, a desafios com três amostras virais isoladas de ocorrências naturais em bovinos. O objetivo foi verificar se as amostras silvestres apresentariam virulência maior que a do CVS, o que poderia sugerir a inadequação do teste NIH para a avaliação das vacinas contra a raiva e, portanto, inferir que as vacinas aprovadas por esse teste poderiam não proteger suficientemente o rebanho. Apesar da grande variabilidade que o teste NIH pode apresentar, as três repetições desafiadas com CVS apresentaram semelhança em um intervalo de confiança de 95%, e nos desafios realizados com três amostras de vírus de campo a vacina utilizada protegeu mais do que nos desafios com CVS. Conclui-se que a virulência das amostras de vírus de campo utilizadas não foi maior que a virulência do CVS, em camundongos, e que o rigor do desafio padrão mostrou-se adequado para a avaliação da potência pelo teste NIH e, portanto, para o controle da qualidade de vacinas contra a raiva.


Palavras-chave:  Teste NIH, Teste de potência, vacina contra a raiva