25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:678-1


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

PESQUISA DO GENE BLAOXA-24 EM ISOLADOS CLÍNICOS DE ACINETOBACTER SPP. RESISTENTES AOS CARBAPENÊMICOS, IMIPENEM E MEROPENEM, NA CIDADE DE PORTO ALEGRE, RS.

Carolina de Souza Gusatti (UFRGS); Alessandra Einsfeld Ferreira (UFRGS); Gertrudes Corção (UFRGS)

Resumo

Acinetobacter spp. é um cocobacilo Gram-negativo, não móvel, amplamente distribuído na natureza, principalmente em ambientes aquáticos. Embora seja um micro-organismo de relevância ambiental, é considerado um patógeno oportunista que afeta, sobretudo pacientes em situações de imunocomprometimento. As infecções causadas por Acinetobacter spp. são especialmente perigosas, pois o gênero tem facilidade em adquirir resistência a terapia antimicrobiana e fenótipos de multiresistência são usualmente encontrados. Nos últimos anos, o gênero Acinetobacter tem apresentado resistência a antibióticos carbapenêmicos, sendo que a principal forma de resistência a esses antimicrobianos é a produção de enzimas β-lactamases do tipo OXA. Estudos tem demostrado que existem quatro famílias de genes OXA capazes de hidrolisar carbapenêmicos: blaOXA-23, blaOXA-24, blaOXA-58 e blaOXA-51, esta última já intrínseca da espécie Acinetobacter baumannii. Este trabalho objetiva fazer uma análise da presença de genes blaOXA-24 em isolados clínicos de Acinetobater spp resistentes aos carbapenêmicos, imipenem e meropenem, através da técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR). Para tanto, utilizou-se 126 isolados clínicos resistentes a imipemem e/ou meropenem provenientes de surtos de infecção hospitalar de dois hospitais da cidade de Porto Alegre, RS. Tais isolados foram analisados previamente quando aos seus perfis de resistência e a presença dos genes blaOXA-51 e blaOXA-23, sendo que, das cepas testadas, 124  confirmaram a presença de OXA-51, indicando que se tratam de isolados de Acinetobacter bamannii (dados não publicados). Até o momento, não foi encontrado o gene de interesse blaOXA-24 nos isolados analisados, indicando que a resistência aos carbapenêmicos pode estar relacionada com outros genes de resistência comumente existentes no gênero ou com outros mecanismos de resistência, como a super-expressão de bombas de efluxo e perda das porinas de membrana externa. Futuramente, pretende-se realizar a pesquisa de genes do tipo OXA 58 e da sequência de inserção ISAbaI nos isolados positivos para OXA-51, que quando presente imediatamente anterior ao gene blaOXA-51, pode ser considerado um marcador de resistência aos carbapenêmicos, justificando dessa maneira, o perfil de resistência encontrado. Apoio: Capes-PROF; CNPq.


Palavras-chave:  Acinetobacter spp, Carbapenêmicos, Multiresistência, Infecção Hospitalar