25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:669-2


Área: Microbiologia Geral e Meio Ambiente ( Divisão L )

COMPARAÇÃO DA BIODEGRADABILIDADE DE DIESEL, BIODIESEL E SUAS MISTURAS, UTILIZANDO O INDICADOR REDOX 2,3,5 CLORETO DE TRIFENILTETRAZOLIUM (TTC)

Fabíola Medeiros Schultz (UFRGS); Daniel Derrossi Meyer (UFRGS); Vanessa Sacramento Cerqueira (UFRGS); Fátima Menezes Bento (UFRGS); Flavio Anastacio de Oliveira Camargo (UFRGS)

Resumo

As diversas atividades relacionadas ao petróleo e seus derivados, como a exploração, o refino, o transporte e o armazenamento, resultam em acidentes com vazamentos de combustível, gerando contaminação nos diversos compartimentos ambientais. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi avaliar qualitativa e quantitativamente a biodegradabilidade do diesel puro (B0), da mistura de biodiesel no diesel na proporção 1:1 (B50) e de somente biodiesel (B100), utilizando o indicador redox, 2,3,5 cloreto de trifeniltetrazolium (TTC). O TTC atua como aceptor artificial da cadeia transportadora de elétrons, sofrendo redução do TTC a Trifenilformazan (de incolor a róseo). Foram selecionados 12 isolados bacterianos a partir de uma amostra de solo contaminada por resíduos petroquímicos. Para a avaliação qualitativa e quantitativa, foram utilizadas placas de acrílico com 96 poços. Foram inoculados, nos poços, meio mineral, TTC, isolado bacteriano (105 – 108 UFC/ mL) e 1% de biodiesel. Para o controle positivo, foi adicionado glicose como fonte de carbono e, no controle negativo, apenas meio mineral e os isolados bacterianos. As placas de poços foram incubadas por até 144 h a 30°C. Considerando a intensidade de coloração dos bioensaios, foi determinada uma escala crescente de biodegradabilidade de 1 a 3. Para a coloração do indicador no meio, foi verificado que 75% e 100% dos isolados demonstraram potencial capacidade degradadora de diesel e de biodiesel, respectivamente. No diesel puro (B0), 91,6% atingiram nível 1 da escala, enquanto 8,4%, nível 2. Em B50, 8,4%; 25% e 66,6% os isolados alcançaram os níveis 1, 2 e 3 respectivamente. Em B100, encontraram-se 16,6%; 25% e 58,4% para as intensidades 1, 2 e 3 respectivamente. Dos resultados obtidos para B0, pode-se concluir que a amplitude da coloração do indicador foi menor em relação a B50 e B100, demonstrando que os microrganismos, no período avaliado, apresentaram menor competência biodegradadora para o diesel puro. Como em B50 e em B100 os resultados obtidos pelos percentuais atribuídos para cada escore foram semelhantes, sugere-se que a adição de biodiesel à mistura pode contribuir para o aumento da biodegradabilidade tanto de misturas diesel/biodiesel quanto de biocombustíveis puros, como o biodiesel.


Palavras-chave:  BIODEGRADABILIDADE, DIESEL, BIODIESEL