25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:668-1


Área: Microbiologia de Alimentos ( Divisão K )

QUANTIFICAÇÃO DE BIOFILMES DE LISTERIA MONOCYTOGENES EM MICROPLACAS DE TITULAÇÃO

Andréia Saldanha de Lima (UFPel); Wladimir Padilha da Silva (UFPel)

Resumo

Listeria monocytogenes possui habilidade de formar biofilmes em diferentes superfícies, podendo representar uma importante fonte de contaminação de ambientes de processamento de alimentos. A formação de biofilmes microbianos pode ser determinada através de diversos métodos. O método que utiliza microplacas de titulação tem sido um dos mais usados em ensaios de investigação e quantificação de biofilmes por ser um método simples, eficiente e de baixo custo. Esse trabalho teve como objetivos investigar a formação de biofilmes por cepas de L. monocytogenes, isoladas de amostras de alimentos (carne, queijo e embutidos crus) e ambiente de processamento de alimentos (equipamentos e utensílios) e determinar a influência do meio de crescimento, da temperatura e do tempo na formação de biofilmes por essa bactéria. A quantificação dos biofilmes foi realizada em microplacas de poliestireno de fundo chato, com 96 poços, estéreis, utilizando-se Caldo Tripticase de Soja com 0,6% de Extrato de Levedura (TSB-YE) e Caldo Infusão de Cérebro e Coração (BHI) como meios de crescimento, sendo as placas incubadas a 10, 20 e 35ºC por períodos de 24 a 168 horas. Após esse período, as placas foram lavadas, coradas e a interpretação dos resultados foi realizada baseada na determinação da densidade celular, utilizando espectrofotômetro com leitor de placas a 540nm. Das 48 cepas avaliadas, 33,3% foram classificadas como forte produtoras de biofilmes, 47,9% moderadas, 12,5% fracas e 6,3% não formaram biofilmes nas condições estudadas. Quanto aos meios de cultivo, os resultados foram superiores em TSB-YE (71%) do que em BHI (46%). Em relação as temperaturas estudadas, houve um acréscimo na formação de biofilmes a 35ºC do que a 20ºC e a 10ºC, respectivamente. Também em relação ao tempo avaliado, houve maior produção de biofilmes com a extensão do tempo, mesmo com a limitação de nutrientes, já que os meios não foram repostos durante todo o período estudado. A partir desses resultados é possível inferir que as cepas avaliadas diferem em sua habilidade de formação de biofilmes, tendo o meio de cultivo, a temperatura e o tempo exercido influência na quantidade de biofilmes formados. Sugere-se o uso desse método como triagem, ou ainda, em conjunto com técnicas de microscopia, já que demonstrou ser uma ferramenta simples e eficiente no estudo de investigação e quantificação de biofilmes.


Palavras-chave:  biofilmes, Listeria, microplacas