25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:663-2


Área: Fermentação e Biotecnologia ( Divisão J )

MOBILIZAÇÃO DE ANTIOXIDANTES FENÓLICOS DE MARACUJÁ (PASSIFLORACEAE) POR GANODERMA LUCIDUM

Adriana Zilly (UNIOESTE); Caroline Aparecida Vaz de Araujo (UEM); Cristina Giatti Marques de Souza (UEM); Rosane Marina Peralta (UEM)

Resumo

Numerosos estudos relatam que resíduos vegetais podem ser excelentes fontes de antioxidantes naturais. A procura de compostos com esta característica, para substituir antioxidantes sintéticos de uso na indústria alimentícia e produção de novos fármacos, tem sido intensificada. A disponibilidade de resíduos vegetais e seu baixo custo fazem deles substratos atrativos para diversos bioensaios. O gênero Passiflora é excelente fonte de compostos fenólicos com potencial terapêutico, como antioxidantes, imunomoduladores, antiplaquetário, antialergênico, antiinflamatório prevenindo problemas cardíacos e câncer. O fungo Ganoderma lucidum é conhecido por suas inúmeras propriedades terapêuticas e tem sido utilizado milenarmente. Alguns estudos relatam que o crescimento de fungos comestíveis sobre determinados tipos de substratos melhoram a qualidade nutricional dos mesmos e aumentam seu conteúdo de antioxidantes. O objetivo deste trabalho foi avaliar a mobilização de antioxidantes fenólicos em culturas contendo casca de maracujá, utilizando Ganoderma lucidum em dois sistemas de cultivo. Cultivos em estado sólido foram realizados com 5 g de casca de maracujá umedecida (90%) com solução de Vogel. Os frascos permaneceram a 28 °C por 60 dias sendo interrompidos a 15 dias com água ou etanol 70%.  Pré-cultivo de 7 dias em batata-dextrose serviu de inoculo em frascos com 2% de casca de maracujá e meio de Vogel (25mL). Os cultivos permaneceram sob agitação (120rpm) a 28 °C por 20 dias e a cada 5 dias foram interrompidos. A biomassa foi removida por filtração, lavada, seca a 40 ºC e pesada. Os filtrados foram analisados quanto ao conteúdo em flavonóides e fenólicos solúveis totais, atividade antioxidante pelo método do DPPH e enzimas ligninolíticas. Nos filtrados aquosos a maior atividade de lacase (8.100 U/L) foi observada em 15 dias nos cultivos sólidos. Neste tempo foi encontrado 42% de atividade antioxidante, comparado aos 8,7% do controle abiótico. Houve aumento na quantidade de flavonóides de 96,63 mg/L para 171,78 mg/L em 60 dias, mas diminuição de fenólicos totais neste tempo (de 560,28 para 412,5 mg/L) e queda drástica da atividade antioxidante para  3%. Os filtrados aquosos tiveram melhores resultados para os parâmetros estudados com exceção da atividade antioxidante que foi mais elevada nos filtrados hidroalcoólicos. Nas culturas líquidas a maior atividade antioxidante foi encontrada no 5º dia (40%) apresentando pequena queda ao final de 20 dias (31%) não diferindo muito do cultivo sólido. A despeito da menor quantidade de lacase encontrada nas culturas líquidas (1750U/L no 15ºdia), nos dois tipos de cultivo esta enzima parece estar associada a mobilização de compostos fenólicos do maracujá. Manganês peroxidase não foi encontrada em nenhum dos sistemas de cultivo utilizados.  Os dados mostram que as lacases de G. lucidum parecem ter sido eficientes em mobilizar fenólicos capazes de produzir atividade antioxidante. CNPq/UEM


Palavras-chave:  antioxidantes, compostos fenólicos, maracujá, Ganoderma lucidum, mobilização