25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:658-1


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

AVALIAÇÃO DO TESTE DE RESTRIÇÃO E MODIFICAÇÃO (TESTE RM) PARA A IDENTIFICAÇÃO LINHAGENS DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS RESISTENTES À METICILINA (MRSA) CIRCULANTES NO BRASIL

Cristiana Ossaille Beltrame (UFRJ); Cicera Maria Silva-carvalho (UFRJ); Raquel Regina Bonelli (UFRJ); Bruno Ocampo Rodrigues (UFRJ); Agnes Marie Sá Figueiredo (UFRJ)

Resumo

Os Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA) apresentam uma população com estrutura altamente clonal, o que torna a identificação de linhagens circulantes extremamente complexa, devido a necessidade de se utilizar métodos sofisticados , envolvendo tecnologias de DNA, quando da ocorrência de um surto. Assim, na maioria das vezes, devido à ausência de estrutura laboratorial adequada para a realização da genotipagem, estudos epidemiológicos são realizados de forma incompleta ou , simplesmente, não são realizados.Os métodos clássicos de genotipagem de MRSA são o pulsed-field gel electrophoresis (PFGE) e o multilocus sequence typing (MLST). Contudo, ambos são laboriosos e de custo elevado. Recentemente, algumas técnicas simples e rápidas de tipagem tem sido desenvolvidas, e, geralmente, envolvem PCR, como o método conhecido como teste de restrição e modificação (teste RM). Este teste foi proposto para a identificação das principais linhagens de MRSA circulantes em nossos hospitais, incluindo as amostras dos complexo clonal (CC) 1, 8, 22, 30 e 45. Nosso objetivo, neste trabalho, foi avaliar a acurácia do teste RM, utilizando como padrão de comparação uma combinação de métodos clássicos de tipagem de MRSA (PFGE, tipagem do SCCmec, MLST e detecção da leucocidina de Panton-Valentine através de PCR). Noventa e duas amostras de diferentes linhagens de MRSA, obtidas de dois hospitais do Rio de Janeiro, foram examinadas. Até o momento, 100% das amostras analisadas que apresentaram padrões de PFGE similares aos das amostras pertencentes às linhagens ST1-SCCmecIV (CC1), ST5-SCCmecII ou IV (CC5), ST30-SCCmecIV (CC30), ST45-SCCmecII (CC45) e ST239-SCCmecIIIA (CC8) puderam ser identificadas corretamente pelo teste RM. Todavia, 14 amostras que apresentaram perfis de PFGE raramente observados em nosso país (clones esporádicos), não puderam ser classificadas por esse teste. Assim, apesar das limitações apresentadas, o teste RM mostrou-se útil, sensível e prático na investigação de surtos envolvendo os principais clones de MRSA circulantes no Brasil.


Palavras-chave:  MRSA, Teste RM, SCCmec