ISOLAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE ESTIRPES BACTERIANAS ASSOCIADAS À PARTE AÉREA E AO SISTEMA RADICULAR DE DUAS ESPÉCIES DA FAMÍLIA VELLOZIACEAE

Camila Siqueira Neves (UFOP); Victor Lagôa Resende (UFOP); Letieri Fernandes Pessoa (UFOP); Douglas Boniek Silva Navarro (UFOP); Débora Regina Figueiredo (UFOP); Lívia Vieira Gonzaga (UFOP); Gabriela Frois Duarte (UFOP)

A família Velloziaceae é formada por cerca de 250 espécies tropicais de herbáceas e arbustos perenes, características de campos rupestres e distribuídas em quatro gêneros. No Brasil, Minas Gerais é o estado que possui o maior número de espécies representantes desta família. No entanto, pesquisas sobre a microbiota associada às espécies que a representam ainda são escassas. Este estudo foi realizado na Serra do Cipó, localizada a 90 quilômetros da cidade de Belo Horizonte, na região sul da Serra do Espinhaço, MG. A região possui clima tropical de altitude, com verões chuvosos e invernos secos. Sua vegetação é caracterizada como campo rupestre e apresenta ampla variedade de espécies. Foram coletadas amostras de solo associado à rizosfera, raiz e folhas de três indivíduos da espécie Vellozia compacta e de três indivíduos da espécie Vellozia gigantea, endêmica da Serra do Cipó. As amostras foram submetidas à lavagem superficial, para eliminação dos microrganismos epifíticos presentes nas amostras, diluídas em solução salina, plaqueadas em meio de cultura Ágar Nutriente e incubadas a 27ºC durante 24/48 horas. Após o crescimento, as culturas obtidas foram isoladas e submetidas ao método de coloração de GRAM. Através desta metodologia, foi observada a presença de isolados Gram-positivos, Gram-negativos e Gram-variáveis, com formas e  arranjos variados, sendo bacilos (com ou sem endosporos), estreptobacilos e cocos os morfotipos mais freqüentes. De forma geral, o solo apresentou maior variedade de tipos bacterianos e a folha apresentou menor variedade, confirmando que a rizosfera propicia melhores condições para o crescimento bacteriano. Além disso, constatou-se a presença de morfotipos diferentes tanto quando se comparam diferentes partes de plantas da mesma espécie, quanto entre indivíduos de espécies diferentes. Isto sugere que a comunidade bacteriana cultivável associada a determinada planta pode variar tanto de acordo com a espécie estudada quanto de acordo com o compartimento da planta estudado. Para a confirmação de hipóteses, experimentos de biologia molecular (extração de DNA e PCR) e análises estatísticas estão em andamento.