25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:645-2


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

ETIOLOGIA E FATORES DE RISCO DE INFECÇÕES DE CORRENTE SANGUÍNEA ASSOCIADA À CATETER VENOSO CENTRAL EM UTI NEONATAL DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO MINEIRO

Daiane Silva Resende (UFU); Cristiane Silveira de Brito (UFU); Maris Suelí Souza (UFU); Vânia Olivetti Steffen Abdallah (UFU); Paulo Pinto Gontijo Filho (UFU)

Resumo

Introdução: As infecções de corrente sanguínea (ICS) são a principal causa de morbidade e mortalidade encontradas em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN).

Objetivo: Analisar a incidência de infecções de corrente sanguínea associadas (ICS-AC) e relacionadas ao cateter venoso central (ICS-RC), bem como a etiologia e fatores de risco.

Material e Métodos: Foi realizada vigilância epidemiológica pelo sistema “National Health Care Safety Network” (NHSN) em neonatos críticos com ICS-AC na UTIN do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), no período de agosto/2008 a Março/2009. As hemoculturas foram realizadas através do BACTEC/ALERT® no laboratório de microbiologia do HC-UFU. As pontas de cateter foram submetidas à análise quantitativa e semi-quantitativa. Os microrganismos recuperados foram identificados através de testes bioquímicos clássicos. A Análise estatística univariada foi realizada através do programa EpiInfo, versão 5. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFU.

Resultados: No total, foram incluídos no estudo 140 neonatos, 65 (46%) com peso inferior à 1500g. Foram diagnosticados 42 (30%) neonatos com ICS, correspondendo a uma taxa de 23,0/ 1000 dias de cateter venoso central (CVC) para ICS-AC. Nos neonatos com baixo peso (>1500g), foram identificados 22 casos (33,8%), e a taxa para ICS-AC foi 25,3/1000 dias de CVC. O Staphylococcus coagulase negativo foi o principal agente etiológico (48%), com destaque para o Staphylococcus epidermidis (91,6%), seguindo-se os bacilos Gram negativos (24%), o Staphylococcus aureus  (14%) os Streptococcus spp (6%), Enterococcus faecalis (6%), Candida spp (6%) e Micrococcus sp (2%). Entre os fatores de risco para estas infecções, o uso de ventilação mecânica, nutrição parenteral, antibióticos, peso inferior à 1000g e o tempo de hospitalização ≥ 8 dias, foram significantes (P ≤ 0,05)

Conclusão: As ICSs foram freqüentes na unidade (30%) resultando em um indicador epidemiológico alto para ICS-AC (23,0/1000 dias de CVC), sem diferença quando considerado apenas os neonatos de baixo peso. O principal agente de sepse foi o Staphylococcus epidermidis, como em UTIs de países desenvolvidos.


Palavras-chave:  CVC, Infecções de Corrente Sanguínea, Infecção Associada à CVC, Neonatos Críticos, UTIN