Frente às exigências cada vez mais rigorosas dos órgãos reguladores ambientais, o enquadramento da água oleosa emulsionada gerada em atividades industriais constitui-se em um dos desafios à adequação ambiental das indústrias geradoras desses efluentes, cujo descarte não pode ser feito diretamente nos corpos d’água e requer a sua de-emulsificação. Uma tecnologia promissora consiste no uso de microrganismos com atividade de-emulsificante, conferida pelas superfícies celulares hidrofóbicas. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de tratamentos físicos e químicos no percentual de de-emulsificação (%DE) de emulsões querosene-água (1:2v/v) estabilizadas por Tween 80 (0,2%) por diferentes frações da cultura (células e sobrenadante) de Pseudomonas sp. MSJ. O isolado foi cultivado em fermentador contendo meio LB modificado (1% peptona e 0,5% extrato de levedura) acrescido de 1% de óleo diesel por 7 dias. Emulsões adicionadas de células e sobrenadantes submetidos à autoclavagem (121^oC/20 minutos), congelamento (-20^oC/ 24h) seguido de descongelamento, liofilização, lavagem com querosene e mistura de clorofórmio/metanol/água (5:10:4v/v/v) foram avaliadas quanto a quebra após 7 dias de incubação. Os tratamentos físicos que afetaram menos a atividade de-emulsificante foi o congelamento (redução de 1e 6% para células e sobrenadantes congelados a -20 ^oC e reduções de 1 e 16% para células e sobrenadantes congelados em nitrogênio líquido); a liofilização e a autoclavagem promoveram as maiores reduções no %DE (redução de até 80%). O tratamento químico que mais afetou a %DE das células foi a mistura de clorofórmio/metanol/água (redução de 90 para 28%). O efeito destes solventes solubilizadores de lipídeos sugere que o agente de-emulsificante da estrutura celular pode ser composto de lipídeos.

Apoio: CNPq

Palvras chave: Pseudomonas, de-emulsificação, emulsão