25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:641-2


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

STAPHYLOCOCCUS AUREUS RESISTENTES À OXACILINA EM REEDUCANDOS DO CENTRO DE RESSOCIALIZAÇÃO DE AVARÉ, SP.

Claudia de Lima Witzel (IB - UNESP); Maria de Lourdes Ribeiro de Souza da Cunha (IB - UNESP)

Resumo

Staphylococcus aureus é uma das bactérias patogênicas mais importantes, pois são agentes de um amplo espectro de doenças sistêmicas fatais e infecções cutâneas, tecidos moles, ossos, vias urinárias e infecções oportunistas. De 20 a 30% da população possui S. aureus em suas cavidades nasais. Tanto o indivíduo colonizado quanto aqueles que apresentam infecção podem transmitir eficazmente o S. aureus através de contato direto ou indireto. O controle do CA-MRSA (Staphylococcus aureus resistente a meticilina na comunidade) em populações carcerárias tem sido foco de estudo na saúde pública. As infecções que incluem pele e tecidos moles, bem como infecções invasivas foram relatadas em presídios. O objetivo do presente estudo foi verificar a frequência de S. aureus resistentes à oxacilina na mucosa nasal de reeducandos do Centro de Ressocialização do município de Avaré. Para o estudo foram coletados 176 swabs nasais de reeducandos no período de fevereiro a junho de 2009. Para o isolamento de S. aureus os swabs foram semeados em Ágar Baird-Parker e colônias típicas de Staphylococcus foram submetidas à coloração de Gram para verificar as características morfotintoriais. As amostras que apresentaram morfologia e coloração específicas foram submetidas às provas de catalase e coagulase para identificação da espécie S. aureus. Posteriormente, as amostras de S. aureus foram submetidas ao teste de sensibilidade a oxacilina pelo método de difusão com disco, utilizando disco de oxacilina (1 µg) e cefoxitina (30 µg).  Das 176 amostras analisadas, todas apresentaram Staphylococcus spp. e 28 amostras (15,9%) confirmaram S. aureus. Das 28 amostras de S. aureus, 2 (7,2%) foram resistentes ao disco de oxacilina e cefoxitina concomitantemente; 2 (7,2%) foram resistentes ao disco de oxacilina e sensíveis ao disco de cefoxitina e  outras 2 amostras (7,2 % ) foram resistentes ao disco de cefoxitina e sensíveis ao disco de oxacilina, totalizando portanto 6 (21,4%) amostras MRSA.  Os resultados obtidos demonstram a importância do uso simultâneo dos discos de oxacilina e cefoxitina na detecção de MRSA, e ressaltam a importância da presença de carreadores de MRSA na comunidade carcerária, uma vez que esses indivíduos passam a ser potencial veículo de disseminação dessa bactéria. Devido ao confinamento e fatores de risco para ocorrência do CA-MRSA relacionado ao uso de drogas, autodrenagem de furúnculos e partilha de objetos de uso pessoal, este estudo ressalta a importância de estudos epidemiológicos nessa população, uma vez que o portador de MRSA tem maior potencial de desenvolver infecções por esse microrganismo, como também a disseminação do mesmo.


Palavras-chave:  Staphylococcus aureus, população carcerária, resistência, oxacilina, MRSA