25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:641-1


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

STAPHYLOCOCCUS AUREUS RESISTENTES À METICILINA (MRSA): CLASSIFICAÇÃO DE SCCMEC E FATORES DE RISCO DO HOSPEDEIRO.

Maria de Lourdes Ribeiro de Souza da Cunha (IB - UNESP); Marcus Vinicius Pimenta Rodrigues (IB - UNESP); Carlos Castelo Branco Fortaleza (FMB - UNESP)

Resumo

A compreensão da epidemiologia das infecções por Staphylococcus aureus Resistentes à Meticilina (MRSA) tem implicações importantes para as medidas de controle. Esse trabalho objetivou avaliar os fatores de risco para aquisição de MRSA em pacientes do Hospital Estadual Bauru (HEB, UNESP) e a caracterização do tipo de Cassete Cromossômico Estaficocócico mec (SCCmec) nas amostras de S. aureus isoladas. Para a detecção do gene mecA  e caracterização do SCCmec pelo técnica de PCR-multiplex foram estudadas 70 amostras de S. aureus isoladas de culturas de vigilância, secreções e hemoculturas de 45 pacientes internados no HEB. A análise dos fatores de risco para aquisição de MRSA foi realizada através de um estudo caso-controle onde "casos" foram pacientes com culturas positivas para MRSA e "controles" os pacientes com culturas negativas para MRSA. Foram analisados dados demográficos, presença de co-morbidades, uso de dispositivos, realização de procedimentos e administração de antimicrobianos. Através de uma análise univariada observou-se que tempo de internação e uso prévio de oxacilina apresentaram nível de significância (p≤0.05). Posteriormente os fatores de risco foram submetidos à análise multivariada e os resultados obtidos no modelo de regressão logística revelaram como fatores significativos para aquisição de MRSA a mediana da idade (odds ratio=1,03, p=0,046) e queimadura (odds ratio= 5,44, p= 0,041). Esses resultados demonstraram que a partir dos 59 anos de idade os pacientes têm a cada um ano a mais de vida a chance de 1,03 de adquirir MRSA e que pacientes queimados tem 5,44 vezes mais chances de adquirir MRSA em relação a pacientes não queimados. Das 70 amostras de S. aureus estudadas 58,6% (n=41) foram positivas para a detecção do gene mecA e dessas MRSA 40 (97.5%)  apresentaram SCCmec tipo III ou tipo III variante, sendo que apenas uma amostra apresentou SCCmec tipo II. Os resultados mostraram que os MRSA isolados possuem predominantemente o SCCmec tipo III, sendo  esse dado de extrema importância devido ao perfil multiresistente característico desse tipo de cassete. Esses dados contribuem para o controle da disseminação desses microrganismos no ambiente hospitalar e na terapêutica das infecções causadas por esses microrganismos.

Suporte Financeiro: FAPESP

 


Palavras-chave:  Staphylococcus aureus, Meticilina, SCCmec, Fatores de Risco, MRSA