25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:631-1


Área: Imunologia ( Divisão E )

AVALIAÇÃO DO FATOR DE CRESCIMENTO SEMELHANTE À INSULINA-I (IGF-I) DURANTE OS EPISÓDIOS REACIONAIS DA HANSENÍASE

Luciana Silva Rodrigues (FIOCRUZ); Maria Renata Sales Nogueira Costa (ILSL); Mariana Vilas Boas Hacker (FIOCRUZ); Euzenir Nunes Sarno (FIOCRUZ); Maria Cristina Vidal Pessolani (FIOCRUZ)

Resumo

A Hanseníase é uma doença infecciosa e de evolução crônica, causada pelo Mycobacterium leprae, que atinge a pele e os nervos periféricos. Dentre as citocinas com papel relevante na hanseníase, destaca-se o fator de necrose tumoral-alfa (TNF-a), cuja produção exacerbada durante os episódios reacionais (RR, Reação Reversa e ENL, Eritema Nodoso Hansênico) está fortemente relacionada ao caráter neurodegenerativo da doença. Propriedades antagônicas do Fator de Crescimento semelhante à Insulina-I (IGF-I) em relação ao TNF-a têm sido bem demonstradas no SNC, indicando que um balanço entre os sistemas endócrino e imunológico é essencial para a manutenção da homeostasia tecidual. No presente estudo, comparamos os níveis séricos de TNF-a, IGF-I e da principal proteína carreadora de IGF-I (IGFBP-3) em pacientes que desenvolveram ou não episódios reacionais durante o curso da doença e em indivíduos sadios. Através de ensaio imunoenzimático, verificamos que as concentrações de IGF-I e IGFBP-3 encontravam-se aumentadas no soro de pacientes que desenvolveram RR, quando comparadas aos níveis detectados antes da reação. Já os níveis de TNF-a não sofreram alterações significativas e a relação IGF-I/TNF-a foi mais alta durante a reação. Interessantemente, um comportamento oposto foi observado em pacientes que desenvolveram ENH, ou seja, a relação IGF-I/TNF-a foi baixa durante a reação, o que pode ser explicado pelo aumento dos níveis de TNF-a. Os níveis de IGF-I e IGFBP-3 apresentaram forte correlação durante ambos os tipos de reação. Ensaios de imunohistoquímica realizados em biópsias de pele de pacientes sugerem que a expressão de IGF-I local parece refletir o perfil sistêmico observado durante os episódios de reação. Além disso, verificamos níveis significativamente diferentes de IGF-I e IGFBP-3 entre indivíduos com a mesma forma clínica que sofreram ou não episódios de reação e, ainda, entre estes grupos de pacientes e indivíduos sadios. Estes resultados apontam o envolvimento do IGF-I na fisiopatogenia da hanseníase e seu potencial de aplicação no diagnóstico dos episódios reacionais.


Palavras-chave:  IGF-I, TNF-ALPHA, HANSENÍASE, INFLAMAÇÃO