25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:614-2


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE ÓLEOS ESSENCIAIS DE USO EM TERAPIAS NATURAIS

Bruna F. M.teles Machado (UNESP); Ligia de Lima Carvalho (UNESP); Lidiane Nunes Barbosa (UNESP); Luciano Barbosa (UNESP); Ary Fernandes Junior (UNESP)

Resumo

Os produtos naturais foram escolhidos nas antigas civilizações para fazerem parte das  práticas de cura, e hoje os óleos essenciais são utilizados nas terapias naturais por serem versáteis e com propriedades que possibilitam usos combinados em modalidades terapêuticas que utilizam vias de absorção distintas como massagens, banhos corporais e aromatização ambiente. Objetivou-se verificar a ação antimicrobiana de 29 óleos essenciais, obtidos na forma embalada por empresa que comercializa produtos para uso em terapias naturais, frente a Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginos isoladas de humanos através da metodologia da diluição dos óleos em Agar Mueller Hinton (MHA) em concentrações entre 0,025 a 3,0%v/v e determinação das concentrações inibitórias mínimas (CIM) e cálculos das CIM90%. Pelos resultados obtidos, verificou-se que os óleos de Cipreste (Cupressus sempervirens) e Copaíba (Copaifera officinalis) não apresentaram ação antimicrobiana satisfatória sobre todas as linhagens testadas até a concentração máxima de 3,0%v/v utilizada nos ensaios. Para as linhagens de S. aureus observou-se maior sensibilidade para os óleos testados em relação às outras duas espécies bacterianas. Vale destacar a menor eficiência dos óleos essenciais cítricos sobre S.aureus em comparação aos demais óleos testados. Frente às linhagens de E.coli verificou-se uma sensibilidade heterogênea, sendo que os valores de CIM90% foram desde 0,2 para óleo de canela (Cinnamomum cassia) chegando a 2,5 para alecrim (Rosmarinus officinallis) e muitos valores superiores a 3,0%v/v para outros óleos testados. Quanto a P. aeruginosa, verificou-se que apenas o óleo de Cravo da India (Syzgium aromaticum) apresentou ação inibidora para esta espécie com um valor de CIM90% de 0,84 %v/v e valores acima dos 3,0%v/v para todos os demais óleos estudados. Como conclusões importantes destacamos a grande resistência das linhagens de P. aeruginosa aos óleos testados e na outra extremidade uma sensibilidade considerável das linhagens de S. aureus nas mesmas condições experimentais adotadas. Desta maneira evidenciamos o potencial antimicrobiano de óleos essenciais tanto para bactérias Gram positivas como Gram negativas o que estimula a realização de novos estudos, em particular estudos in vivo sobre os óleos essenciais considerando o uso nas terapias naturais bastante difundidas atualmente.


Palavras-chave:  óleos essenciais, terapias naturais, bacterias, ação antibacteriana