CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E GENOTÍPICA DE CEPAS DE STREPTOCOCCUS AGALACTIAE
Ligia Guedes da Silva (UFRJ); Natália Silva da Costa (UFRJ); Ivi Cristina Menezes de Oliveira (); Marcos Correa de Mattos (UFRJ); Tatiana de Castro Abreu Pinto (UFRJ); Ana Beatriz de Almeida Correa (UFRJ); Leslie Claude Benchetrit (UFRJ)
Resumo
Streptococcus agalactiae é parte da microbiota anfibiôntica humana, colonizando principalmente os tratos vaginal e
anorretal, e é frequentemente associada a quadros clínicos, sobretudo em neonatos, gestantes e adultos portadores de doenças crônicas preexistentes. As
principais manifestações da infecção em neonatos são pneumonia, bacteremia e meningite; em gestantes são corioamniotite, bacteremia e endometrite, com 30%
dos casos clínicos evoluindo para aborto espontâneo ou parto de natimorto. Para evitar quadros clínicos em neonatos, é empregada a profilaxia antimicrobiana
intraparto, e os principais antimicrobianos utilizados são a penicilina, eritromicina e clindamicina. No entanto, diversos estudos apontam aumento nas
taxas de resistência aos dois últimos. O presente estudo tem o objetivo de caracterizar fenotípica e genotipicamente cepas de origem humana isoladas em
2008 no Rio de Janeiro. A metodologia empregada inclui teste de susceptibilidade aos antimicrobianos (utilizando o método de difusão a partir
do disco de papel), detecção de genes de resistência em cepas resistentes a eritromicina e/ou clindamicina (utilizando a reação da polimerase em cadeia) e
a análise do perfil eletroforético do genoma total (utilizando a eletroforese em campos alternados). As 89 cepas testadas
foram sensíveis à penicilina, vancomicina e levofloxacina. Cinquenta e oito cepas foram resistentes à tetraciclina, 7 à rifampicina, 1 ao cloranfenicol, 24
à cefepima, 8 à eritromicina e 17 à clindamicina. Ensaios preliminares indicam que aproximadamente 40% das cepas resistentes à eritromicina ou clindamicina
possuem o gene ermB, que é freqüente nesse grupo. Entre 58 cepas escolhidas aleatoriamente,
foram identificados 58 perfis eletroforéticos distintos, o que representa uma grande heterogeneidade genética.