25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:604-1


Área: Ecologia Microbiana ( Divisão I )

ESTRUTURA DE COMUNIDADES BACTERIANAS EM SOLOS DE MANGUEZAL DO CEARÁ

Lidianne Leal Rocha (UFC); Fernanda Araújo Paes (UFC); Geórgia Barguil Colares (UFC); Vânia Maria Maciel Melo (UFC)

Resumo

Os manguezais são ecossistemas entremarés produtivos e biologicamente importantes. Processos como ciclagem de nutrientes e decomposição de matéria orgânica estão diretamente conectados à atividade e diversidade das comunidades bacterianas dos solos de manguezal. Devido a sua localização estratégica, os manguezais tem sido impactados em todo o mundo. A compreensão da estrutura e função das comunidades microbianas e suas adaptações às alterações ambientais são essenciais para manter ou restabelecer funções desejáveis dos ecossistemas. Dessa forma, o presente estudo investigou a estrutura de comunidades bacterianas de amostras de solo do manguezal da Barra Grande, Icapuí-Ce, usando a técnica de T-RFLP (Terminal Restriction Fragment Length Polimorphism). Três áreas, sendo uam próxima ao mar (P1), uma colonizada por Avicennia sp. (P2) e uma área colonizada por Rhizophora mangle (P3), foram amostradas ao longo do manguezal e analisadas quanto a salinidade, pH, temperatura, matéria orgânica e granulometria. O DNA do solo foi extraído e amplificado por PCR usando iniciadores universais (63F-FAN e 1389R) para o gene do 16S rRNA. Análises de T-RFLP foram feitas após a digestão dos produtos de PCR com as enzimas HhaI e MspI e o número e composição de Unidades Taxonômicas Operacionais (OTUs) foi analisado pelo programa T-Align. Os dados abióticos foram analisados através de Análise de Componentes Principais (PCA), utilizando o programa PRIMER. As três áreas mostraram diferenças na estrutura de suas comunidades bacterianas, sendo P2 e P3 mais ricas (média de 40 TRFs) do que P1 (média de 27 TRFs). Como P1 e P2 foram agrupadas por PCA em relação as suas características físico-químicas e de granulometria,  é possível afirmar que essas variáveis não são suficientes para explicar a menor riqueza de P1. Além disso, somente duas OTUs  foram compartilhadas pelas três áreas, ressaltando uma peculiar biodiversidade. Esses resultados re-afirmam a importância de se aprofundar os estudos sobre a diversidade microbiana dos manguezais, visando compreender os fatores que governam sua ocorrência e distribuição nesse ecossistema.

Agradecimentos: CNPq e FUNCAP.


Palavras-chave:  manguezal, biodiversidade, T-RFLP