25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:584-1


Área: Microbiologia Veterinária ( Divisão G )

TRANSFERÊNCIA DE ANTICORPOS PASSIVOS PARA PARVOVÍRUS SUÍNO EM GRANJAS DE CICLO COMPLETO

Priscilla Gerber (UFMG); Alessandra Silva Dias (UFMG); Amanda Soriano Araújo (UFMG); Zélia Inês Portela Lobato (UFMG)

Resumo

Parvovírus suíno (PVS) é um dos mais importantes patógenos responsáveis por desordens reprodutivas em suínos, sendo associado à morte embrionária, mumificação e natimortalidade. A infecção transplacentária por PVS após a fase de imunocompetência fetal, entre 56-70 dias de gestação, pode resultar em leitões soropositivos ao nascimento. O objetivo deste trabalho é descrever a dinâmica da transferência de anticorpos passivos para PVS de matrizes vacinadas para leitões. Foram coletadas em três granjas de ciclo completo amostras de soro de 5 porcas com paridade média de 5,8 ± 3,5 no dia do parto (DP), e de 5 leitões de cada porca antes de mamarem colostro.  Amostras de soro dos 75 leitões marcados foram também coletadas 24 horas pós-parto (DPP1). Os títulos de anticorpos (TA) anti-PVS foram determinados por inibição da hemaglutinação (HI). Títulos de anticorpos <10 foram considerados negativos; entre 20 e 640 intermediários e ≥640 altos. Os resultados foram expressos como média de log4 com equivalência ao título de HI de: 10 = 1,66; 20 = 2,16; 640 = 4,66; 1280 = 5,16; 2560 = 5,66. As porcas amostradas apresentaram TA heterogêneos (5,51 ± 1,94 log4), sendo que 12/15 (80%) possuíam altos TA indicando infecção natural pelo PVS. O TA não teve correlação com a paridade. Dos 75 leitões amostrados no DP, 4 (5%) tinham baixo TA, indicando infecção intra-uterina após o período de imunocompetência, sendo 3 deles da mesma leitegada. Curiosamente, as matrizes que geraram leitões soropositivos ao nascimento possuíam alto TA anti-PVS circulante no momento do parto o que sugere infecção recente tendo em vista que os anticorpos circulantes poderiam inibir a infecção transplacentária, mas não a disseminação viral no útero. No DPP1, 55/75 (73%) dos leitões amostrados possuíam altos TA. Houve maior variação entre os TA individuais de leitões (5,16 ± 1,33 log4), do que dentro das leitegadas (5,16 ± 0,48 log4), independente da granja; embora algumas leitegadas tenham apresentado TA heterogêneos, indicando falhas na colostragem. Os resultados encontrados indicam que o PVS infecta matrizes em granjas de ciclo completo, a despeito dos programas de vacinação adotados podendo ocorrer transmissão vertical do PVS após a fase de imunocompetência fetal gerando leitões soropositivos viáveis ao nascimento. Indica também que mesmo todas as leitoas sendo vacinadas antes da cobertura e as porcas após o parto o título de anticorpos das mães e de seus leitões varia não tendo sido encontrada correlação entre paridade e título de anticorpos.

Instituição de fomento: Fapemig e CNPq


Palavras-chave:  infecção transplacentária, parvovírus suíno, sorologia