Área: Ecologia Microbiana ( Divisão I ) BACTÉRIAS ASSOCIADAS AO FEIJÃO CAUPI: SALINIDADE X PRODUÇÃO DE AUXINA
Luana Lira Cadete (UAG/UFRPE); Andreza Raquel Barbosa de Farias (UAG/UFRPE); Marisangela Viana Barbosa (UAG/UFRPE); Maria das Dores da Silva (UAG/UFRPE); Michelangelo Oliveira Silva (UFRPE); Fernando José Freire (UFRPE); Júlia Kuklinsky-sobral (UAG/UFRPE)
Resumo
O feijão caupi, feijão-de-corda ou feijão macassar (Vigna unguiculata)
é uma cultura tradicionalmente cultivada no Nordeste brasileiro e vem
sendo cultivado por pequenos e médios agricultores, representando uma
importante fonte de subsistência. A
exploração e o conhecimento dos mecanismos de interação bactéria-planta
poderão ser utilizados em sistemas de manejo que busquem uma produção
sustentável desta cultura. Neste contexto, as bactérias associadas às
plantas podem promover o crescimento vegetal por meio da indução de
resistência sistêmica no hospedeiro, fixação de nitrogênio atmosférico
e a produção de fitohormônios, entre outros. Dentre os fitorhormônios,
o ácido indol acético (AIA), da classe das auxinas, pode promover o
crescimento da raiz diretamente pela estimulação da elongação da célula
vegetal ou divisão celular, ou, indiretamente, pela influência sobre a
atividade da ACC desaminase. Portanto, este trabalho teve como objetivo
avaliar a capacidade de produção de ácido indol acético por bactérias
associadas ao feijão caupi, isoladas em meio rico e em meio com alta
concentração salina. Foram analisadas 53 linhagens bacterianas
(endofíticas de caule e raiz e do rizoplano), sendo 28 linhagens
isoladas em meio TSA (Trypcase Soy Agar) e 25 em meio TSA
acrescido de 5% de NaCl. A seleção de bactérias produtoras de AIA foi
realizada por um método colorimétrico em colônias isoladas foram inoculadas em meio líquido TSA, suplementado com 5mM de L-triptofano, incubados sob agitação a 28oC, na ausência de luz, por 24h. Após, 500µL da cultura bacteriana foram acrescidas de 500µL do reagente de Salkowski, incubadas por 30min a 28oC, na ausência de luz, e o resultado positivo foi caracterizado pela formação de uma coloração rósea. Do total de bactérias avaliadas, foi observado que 81% das linhagens apresentaram a capacidade de produzir AIA in vitro,
ressaltando-se que as linhagens apresentaram tonalidades de cor rosa
diferentes, sendo proporcional à capacidade de produção. Foi observado
também que as bactérias oriundas do rizoplano (84%) apresentaram
freqüência de produção de AIA maior que as isoladas do caule (78%) e da
raiz (77%). Contudo, quando foi considerado o meio de cultura utilizado
para o isolamento destas bactérias, sem e com alta concentração salina,
observou-se alta freqüência de bactérias produtoras de AIA em ambas as
classes, 82 e 80%, respectivamente. Estes resultados demonstram a
ocorrência de linhagens bacterianas que possuem capacidade de produzir
auxina, e que mesmo em ambientes mais ricos em NaCl, como os solos
salinos, existem bactérias associadas às plantas que apresentam esta
característica, e, por isso, podem vir a ser utilizadas em pesquisas
que visam melhorar a produtividade e qualidade de culturas vegetais tão
importantes quanto o feijão caupi é para a agricultura regional
Nordestina. Agências de Fomento: CNPq e FACEPE.
Palavras-chave: ácido indol acético, bactérias endofíticas, promoção de crescimento vegetal, interação bactéria-planta |