25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:565-1


Área: Ecologia Microbiana ( Divisão I )

BACTÉRIAS ASSOCIADAS AO FEIJÃO CAUPI: SALINIDADE X PRODUÇÃO DE AUXINA

Luana Lira Cadete (UAG/UFRPE); Andreza Raquel Barbosa de Farias (UAG/UFRPE); Marisangela Viana Barbosa (UAG/UFRPE); Maria das Dores da Silva (UAG/UFRPE); Michelangelo Oliveira Silva (UFRPE); Fernando José Freire (UFRPE); Júlia Kuklinsky-sobral (UAG/UFRPE)

Resumo

O feijão caupi, feijão-de-corda ou feijão macassar (Vigna unguiculata) é uma cultura tradicionalmente cultivada no Nordeste brasileiro e vem sendo cultivado por pequenos e médios agricultores, representando uma importante fonte de subsistência. A exploração e o conhecimento dos mecanismos de interação bactéria-planta poderão ser utilizados em sistemas de manejo que busquem uma produção sustentável desta cultura. Neste contexto, as bactérias associadas às plantas podem promover o crescimento vegetal por meio da indução de resistência sistêmica no hospedeiro, fixação de nitrogênio atmosférico e a produção de fitohormônios, entre outros. Dentre os fitorhormônios, o ácido indol acético (AIA), da classe das auxinas, pode promover o crescimento da raiz diretamente pela estimulação da elongação da célula vegetal ou divisão celular, ou, indiretamente, pela influência sobre a atividade da ACC desaminase. Portanto, este trabalho teve como objetivo avaliar a capacidade de produção de ácido indol acético por bactérias associadas ao feijão caupi, isoladas em meio rico e em meio com alta concentração salina. Foram analisadas 53 linhagens bacterianas (endofíticas de caule e raiz e do rizoplano), sendo 28 linhagens isoladas em meio TSA (Trypcase Soy Agar) e 25 em meio TSA acrescido de 5% de NaCl. A seleção de bactérias produtoras de AIA foi realizada por um método colorimétrico em colônias isoladas foram inoculadas em meio líquido TSA, suplementado com 5mM de L-triptofano, incubados sob agitação a 28oC, na ausência de luz, por 24h. Após, 500µL da cultura bacteriana foram acrescidas de 500µL do reagente de Salkowski, incubadas por 30min a 28oC, na ausência de luz, e o resultado positivo foi caracterizado pela formação de uma coloração rósea. Do total de bactérias avaliadas, foi observado que 81% das linhagens apresentaram a capacidade de produzir AIA in vitro, ressaltando-se que as linhagens apresentaram tonalidades de cor rosa diferentes, sendo proporcional à capacidade de produção. Foi observado também que as bactérias oriundas do rizoplano (84%) apresentaram freqüência de produção de AIA maior que as isoladas do caule (78%) e da raiz (77%). Contudo, quando foi considerado o meio de cultura utilizado para o isolamento destas bactérias, sem e com alta concentração salina, observou-se alta freqüência de bactérias produtoras de AIA em ambas as classes, 82 e 80%, respectivamente. Estes resultados demonstram a ocorrência de linhagens bacterianas que possuem capacidade de produzir auxina, e que mesmo em ambientes mais ricos em NaCl, como os solos salinos, existem bactérias associadas às plantas que apresentam esta característica, e, por isso, podem vir a ser utilizadas em pesquisas que visam melhorar a produtividade e qualidade de culturas vegetais tão importantes quanto o feijão caupi é para a agricultura regional Nordestina.

Agências de Fomento: CNPq e FACEPE.


Palavras-chave:  ácido indol acético, bactérias endofíticas, promoção de crescimento vegetal, interação bactéria-planta