ISOLAMENTO E PERFIL DE RESISTÊNCIA AOS ANTIMICROBIANOS EM CEPAS DE ESTAFILOCOCOS COAGULASE POSITIVA PROVENIENTES DE MÃOS DE MANIPULADORES DE ALIMENTOS DE RESTAURANTES COMERCIAIS NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, BRASIL.

Mariana da Costa Mattos (IFRJ); Munique Cristina Jesus da Silva (IFRJ); Leonardo Simões de Abreu Carneiro (IFRJ); Brigitte Marie Angele Bertin (BIOQUALITAS); Carolina Relvas Chaves (IFRJ)

Manipuladores de alimentos vêm se destacando na veiculação de microrganismos envolvidos com surtos de doenças transmitidas por alimentos. Os Estafilococos coagulase positiva merecem destaque por serem produtores de toxina causadora de sintomas gastrintestinais. Este trabalho objetivou verificar a importância da manipulação de alimentos na disseminação de Estafilococos coagulase positiva e determinar o perfil de resistência aos antimicrobianos nestas cepas. Foram estudadas 33 cepas isoladas de 14, dos 33 manipuladores de alimentos de restaurantes comerciais, durante a realização de tarefas e após a higienização das mãos. A pesquisa dos Estafilococos coagulase positiva foi realizada em ágar Baird Parker (OXOID, Hempshire, Inglaterra) e prova da coagulase em plasma de coelho (Coagu-plasma, OXOID). O teste de sensibilidade aos antimicrobianos (TSA) foi realizado segundo o Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI, 2009), pela técnica do Disco-Difusão, utilizando-se os antimicrobianos (OXOID): oxacilina (1mg), cefoxitina (30mg), eritromicina (15mg), gentamicina (10mg), clindamicina (2mg) e a cepa S. aureus ATCC25923, como controle. A pesquisa da resistência induzível à clindamicina foi realizada através do teste D. Entre os manipuladores avaliados, 42,4% apresentaram estafilococos coagulase positiva, dos quais, 63,6% foram obtidos durante a execução de tarefas e 36,4% após o procedimento de higienização das mãos. O TSA revelou 9 cepas com perfil de resistência aos antimicrobianos. Entre elas, 3 apresentaram resistência à cefoxitina, um marcador importante para MRSA e uma apresentou resistência induzível à clindamicina. Vale ressaltar que todas as cepas foram sensíveis à gentamicina e que clindamicina e eritromicina foram as drogas menos eficientes, uma vez que 66,6% e 55,5% das cepas apresentaram resistência, respectivamente. Observamos também, 3 cepas resistentes a oxacilina, indicando a possível presença do gene mecA, responsável pela resistência MRSA. Os resultados sugerem que manipuladores de alimentos podem estar envolvidos na disseminação de bactérias com marcadores fenotípicos de resistência aos antimicrobianos importantes para a saúde pública e ressalta a necessidade da correta higienização das mãos e da realização de treinamento para a sensibilização dos colaboradores quanto à importância da higiene pessoal para o preparo seguro dos alimentos.