25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:547-2


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

ATIVIDADE ANTIDERMATÓFITO DE MICROPARTÍCULAS DE ALGINATO DE SÓDIO CONTENDO EXTRATO HIDROALCOÓLICO DE PUNICA GRANATUM.

Simone Rochtaschel Foss (UEL); Diógenes Aparício Garcia Cortez (UEM - DFF); Tania Ueda Nakamura (UEM - DAC); Celso Vataru Nakamura (UEM - DAC); Benedito Prado Dias Filho (UEM - DAC)

Resumo

Micoses superficiais ou dermatofitoses são ocasionadas por fungos capazes de utilizar a queratina para nutrição. O tratamento pode ocorrer com formulações antifúngicas tópicas ou uma combinação de antifúngicos por via sistêmica e tópica. Entretanto, mesmo após o tratamento antifúngico, há relatos de reincidência da infecção. Os sistemas de liberação controlada de fármacos, tais como nano e microsistemas, são utilizados para a liberação gradual e na concentração desejada do princípio ativo. O objetivo deste trabalho foi produzir e avaliar a atividade antidermatófito de micropartículas de alginato de sódio contendo extrato bruto de romã, bem como avaliação da citotoxicidade. O pericarpo de romã (Punica granatum) foi macerado com solução hidroalcoólica 90%, filtrado e liofilizado para obtenção do extrato bruto (EB90%). As micropartículas foram produzidas pela técnica Spray-dry com diferentes condições de temperatura e fluxo. A proporção de alginato de sódio e extrato foi de 2:1 (p/p) resultando em MAg-EB enquanto que as micropartículas controle (MAg) foram feitas apenas com o polímero. A caracterização foi realizada através de Microscopia Eletrônica de Varredura no qual foi observado que as micropartículas mais homogêneas foram formadas nas condições de 100°C de temperatura e 1 l/h de fluxo. O diâmetro aparente das micropartículas foi de 5 a 25 μm. A concentração inibitória mínima (CIM) foi realizada pelo método de microdiluição em caldo contra o fungo Trichophyton rubrum  (ATCC 28189). Foram adicionados entre 2000 a 3000 conídeos por poço e incubados a 28°C por 72 horas. As MAg não apresentaram atividade contra o dermatófito enquanto que as MAg-EB apresentaram CIM 125μg/ml, não existindo diferença na CIM das partículas feitas sob diferentes condições. EB90% apresentou CIM de 125 μg/ml. Estes dados mostram que a atividade antifúngica do extrato bruto foi melhorada após o encapsulamento, uma vez que a quantidade de extrato, teoricamente, é 1/3 do peso total das micropartículas. Ensaio de citotoxicidade foi realizado através da incubação de diferentes concentrações das substâncias teste com monocamada de células VERO por 72h, 36°C e 5% de CO2. Revelação foi realizada pelo método da Sulforrodamina B e leitura em leitor ELISA. A concentração capaz de matar 50% das células da monocamada (CC50) foi 297 μg/ml para EB90% e 301,8 μg/ml para as MAg-EB. As MAg não foram citotóxicas. As diferentes condições de encapsulamento não alterou significativamente a citotoxicidade das MAg-EB.  Concluímos que o encapsulamento com alginato de sódio melhorou a atividade do extrato bruto, mantendo valores próximos de CC50 ao extrato. Mais estudos são necessários para avaliar a real dosagem de extrato nas micropartículas e o potencial do uso das MAg-EB em formulações de uso tópico. Agradecimentos: CNPq, Fundação Araucária, CAPES, Programa de Pós graduação em Microbiologia - UEL.

 


Palavras-chave:  MICROPARTÍCULAS, Punica granatum, ROMÃ, SPRAY-DRY, Trichophyton rubrum