25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:543-2


Área: Microbiologia Veterinária ( Divisão G )

ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS PERTENCENTES A MICROBIOTA ORAL DE BOA CONTRICTOR (JIBÓIA) EM ITABORAÍ, RIO DE JANEIRO.

Fabíola Kegele (IFF/Fiocruz); Marcos Louzada (IFRJ); Eliane Ferreira (IMPPG); Regina Domingues (IMPPG); Danielle Bisaggio (IFRJ)

Resumo

A maioria dos trabalhos sobre a identificação de microrganismos da microbiota oral de ofídios está relacionada a cobras venenosas, que são as envolvidas na maioria dos acidentes registrados. Entretanto, a picada de algumas cobras não venenosas também pode provocar danos ao paciente, levando a infecções nas feridas que podem resultar em necrose, facilitando o crescimento bacteriano. O objetivo principal deste trabalho é fazer um estudo da microbiota oral de Boa constrictor (jibóia), uma cobra não venenosa, visando a identificação de bactérias patogênicas que possam causar infecções nos pacientes. Além disso, este trabalho visa avaliar a susceptibilidade das cepas aos antibióticos administrados na clínica médica, auxiliando assim, o tratamento médico, além de genes de resistência. Oito cobras, até o momento, foram capturadas em Itaboraí, no Rio de Janeiro. Duas amostras foram coletadas da superfície dos dentes e do sulco entre as fileiras de dentes de cada cobra, com auxílio de swabs estéreis. As amostras coletadas do lado direito foram inoculadas em Agar sangue, Agar MacConkey e Agar manitol salgado e incubadas em aerobiose a 37oC/24h. As amostras coletadas do lado esquerdo foram plaqueadas em Agar sangue suplementado e BBE (Bacteroide bile esculina) e incubadas a 37oC por pelo menos 48h, em anaerobiose. As bactérias aeróbias foram inicialmente identificadas com base nas morfologias celular (Gram) e colonial, odor e, em seguida submetidas aos testes bioquímicos convencionais. O sistema automatizado Vitek 2 Compact somente foi utilizado quando houve dúvida na identificação manual. As colônias crescidas em anaerobiose foram inoculadas em BHI-PRAS, submetidas a um teste respiratório e testadas bioquimicamente. Nossos resultados preliminares revelaram a presença de cocos gram positivos pertencentes ao gênero Staphylococcus e espécies Gram negativas, como P. vulgaris, K. oxytoca, K. pneumoniae, C. freundii, R. ornithinolytica e S. marcescens; e um anaeróbio obrigatório da espécie Bacteroides fragilis. De acordo com dados publicados, algumas destas bactérias foram identificadas na cavidade oral de cobras venenosas e em abscessos formados após as picadas. Considerando o potencial patogênico de algumas das espécies identificadas neste trabalho, podemos concluir que a inoculação de tais microrganismos no sítio da picada pode causar sérios danos aos pacientes. Apoio financeiro: CNPq e Faperj.


Palavras-chave:  Boa constrictor, microbiota oral, rio de janeiro