OCORRÊNCIA E RESISTÊNCIA A ANTIMICROBIANOS DE ESCHERICHIA COLI ISOLADA DE LEITE PASTEURIZADO COMERCIALIZADO NO NOROESTE DO PARANÁ

Lilian Cristiane Baeza Baeza (UEM); Karine Oltramari Oltramari (UEM); Aparecida Donizeti Bidoia Bidoia (UEM); Eliana Guilhermetti Guilhermetti (UEM); Jane Martha Graton Mikcha Mikcha (UEM)

O leite apresenta condições favoráveis para a multiplicação de microrganismos, causando grandes prejuízos à indústria de laticínios além de afetar a saúde da população. O objetivo do presente estudo foi avaliar a presença de Escherichia coli em leite bovino pasteurizado comercializado na região Noroeste do estado do Paraná e determinar o perfil de resistência a antimicrobianos. Foram analisadas 478 amostras de leite pasteurizado fabricadas por 22 laticínios na região Noroeste do Paraná, no período de março de 2006 a novembro de 2008. A determinação de coliformes foi feita pela pesquisa do Número Mais Provável (NMP) utilizando a técnica dos tubos múltiplos em caldo lactosado-bile-verde brilhante (CLBVB-Difco^®) 2%. Após incubação a 35°C por 48 horas os tubos de CLBVB positivos foram semeados em caldo Escherichia coli (EC), incubados a 45ºC por 48 horas e determinado o NMP/mL. A partir de todos os tubos de caldo EC positivos foi feita semeadura em ágar Eosina Azul de Metileno (Teague-Difco^®) e as colônias suspeitas de E. coli foram submetidas à identificação bioquímica. O perfil de resistência a antimicrobianos foi analisado segundo as recomendações do Clinical and Laboratory Standards Institute CLSI/NCCLS (2006), utilizando a técnica de disco difusão. Das 478 amostras de leite bovino pasteurizado, 18,82% apresentaram coliformes a 45ºC e 10,87% estavam fora dos padrões de acordo com a RDC 12/2001 – Anvisa - Ministério da Saúde.  A presença de E. coli foi confirmada em 11,92% das amostras de leite pasteurizado, destas, 4,39% foram consideradas próprias para o consumo de acordo com a legislação vigente. Foram identificadas 85 colônias de E. coli e testadas quanto à sensibilidade a antimicrobianos. Destes isolados, 24,70% foram sensíveis a todas as drogas, enquanto 36,47% apresentaram resistência a pelo menos um antimicrobiano. As maiores taxas de resistência foram observadas para cefalotina (61,17%) e ampicilina (35,29%). De acordo com os dados de coliformes e do perfil de sensibilidade aos antimicrobianos, 16 amostras de leite que foram liberadas para o consumo apresentavam E. coli com resistência a algum antimicrobiano. Este trabalho mostra a importância da pesquisa de E. coli em alimentos, visto que leite pasteurizado considerado próprio para o consumo segundo as normas vigentes apresentou esse microrganismo, podendo servir como veículo desse importante patógeno. Ainda é importante ressaltar a presença de bactérias resistentes a antimicrobianos aumentando o risco à saúde dos consumidores.