DIVERSIDADE DE LACTOBACILLUS NA MICROBIOTA INTESTINAL DE LEITÕES ALIMENTADOS COM DIETAS CONTENDO DIFERENTES NÍVEIS DE LACTOSE

Ana Paula do Carmo (UFV); Juliano Pelição Molino (UFV); Alessandra Barbosa Ferreira (UFV); Maruricio Duarte Pontes Junior (UFV); Marcelo Nagem Valério de Oliveira (UFV); Juarez Lopes Donzele (UFV); Célia Alencar de Moraes (UFV)

A composição da microbiota intestinal é um indicativo da saúde intestinal, sendo diretamente dependente do substrato fornecido. A Eletroforese em Gel com Gradiente Desnaturante (DGGE) é uma técnica utilizada em estudos de Ecologia Microbiana para se obter uma representação da diversidade microbiana na amostra. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito dos níveis de lactose das rações sobre a composição da microbiota de leitões utilizando métodos moleculares baseados na extração de DNA total da digesta de suínos, seguida de PCR-DGGE. Utilizaram-se leitões desmamados aos 21 dias com 6,12Kg de peso médio, distribuídos em blocos ao acaso, com quatro tratamentos, seis repetições, sendo três animais por unidade experimental. Os tratamentos foram constituídos de rações isonutritivas contendo 0, 4, 8 e 12% de lactose. Aos 49 dias de idade um animal de cada unidade experimental foi abatido para coleta da digesta no cólon proximal do intestino. O DNA total dessa fração da digesta foi extraído por método que favorece a representatividade de DNA bacteriano. A amplificação de fragmentos de rDNA 16S de grupos específicos de Lactobacillus foi realizada com o uso dos primers UrecA3f e UrecA3r, pela técnica de Nested-PCR. A composição dos lactobacilos na microbiota intestinal dos suínos foi avaliada pela análise dos perfis de DGGE com o auxílio do programa Bionumerics, versão 5.10. Foram determinados índices de diversidade de Shannon-Weaver (H'), de Equitabilidade (E) e de Riqueza (R). As rações com 8% de lactose podem beneficiar a saúde intestinal do animal, já que nesta concentração houve maior riqueza, expressa em número de Unidades Taxonômicas Operacionais (UTOs), e maior diversidade genética e homogeneidade entre os perfis encontrados para o grupo Lactobacillus. Verificou-se também que as rações com 0% de lactose foram as que proporcionaram menor riqueza e diversidade genética, evidenciando o aparente efeito benéfico da lactose sobre a microbiota intestinal. A partir dos dados obtidos, pode-se sugerir que a inclusão de lactose na dieta de leitões promove aumento da população de Lactobacillus e sua diversidade no intestino grosso de suínos com 49 dias de idade, beneficiando a saúde intestinal dos mesmos, uma vez que algumas bactérias representantes desse gênero são conhecidamente probióticas.