PRODUÇÃO DE INVERTASES EM FERMENTAÇÃO SUBMERSA (FSBM) PELO FUNGO FILAMENTOSO ASPERGILLUS TERREUS

Marielle Aleixo Giraldo (UNESP); João Atílio Jorge (USP); Luis Henrique Souza Guimarães (USP)

As invertases (EC 3.2.1.26) são hidrolases que realizam a hidrólise da ligação b-D-frutofuranosídica encontrada na sacarose, obtendo-se como produtos D-glicose e D-frutose, em quantidades equimolares. Estas enzimas são encontradas em uma grande variedade de organismos, entre os quais destacam-se os fungos filamentosos. Neste contexto o objetivo deste trabalho foi estudar a produção de invertases pelo fungo filamentoso A. terreus em FSbm. As FSbm foram obtidas através do inóculo de uma suspensão de esporos (10⁵ esporos/mL) de A. terreus, em água destilada esterilizada, inoculada (1mL) em 25mL de meio M5 adicionado com diferentes fontes de carbono, com pH ajustado para 6,0 e previamente autoclavados (20 minutos,1,5 atm). A atividade (U/mL) foi determinada usando-se sacarose 1% como substrato em tampão acetato de sódio 100mM, pH 5,0 e os açúcares redutores formados quantificados segundo descrito por MILLER et al. (1959). As proteínas foram quantificadas segundo LOWRY et al. (1951). A maior produção de invertases foi obtida em cultivos de 48 horas mantidos sob agitação (100 rpm), a 30ºC. Neste caso a atividade extracelular correspondeu a 69,7% do total e a intracelular a 30,3% quando utilizado 1% (p/v) de farinha de centeio como fonte de carbono, sendo esta a melhor entre todas as analisadas. A adição suplementar de glicose ao meio de cultivo não promoveu alterações significativas na produção enzimática, ao passo que com a adição de frutose, a produção foi reduzida. Quando o meio foi adicionado de 0,5% (p/v) de peptona a produção enzimática sofreu aumento em torno de 1,4 vez. A faixa de temperatura ótima de atividade foi de 55ºC a 70ºC para ambas as formas e a faixa de pH entre 3,5-5,5 (intra) e entre 5,0-6,8 (extra), determinados pela metodologia da superfície de resposta (MSR). Em suma, o fungo A. terreus foi um bom produtor de invertases intra e extracelular, com altas temperaturas de atividade, o que pode favorecer a utilização industrial, somando-se ao atrativo da produção com uma fonte de carbono de baixo custo. Apoio Financeiro: FAPESP.