25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:533-2


Área: Ecologia Microbiana ( Divisão I )

PREVALÊNCIA DE BACILOS NÃO-FERMENTADORES EM ÁGUA E DIALISATO DE UMA UNIDADE DE HEMODIÁLISE EM LONDRINA-PR E SUSCEPTIBILIDADE AO ÁCIDO PERACÉTICO

Michelle Siewert (UEL); Halha Ostrensky Saridakis (UEL); Fernando Henrique Martins (UEL); Jacinta Sanchez Pelayo (UEL)

Resumo

A água constitui-se na principal matéria prima da hemodiálise, sendo utilizada na preparação do dialisato e no reprocessamento dos dialisadores. Portanto, a qualidade da água é essencial para o bem estar dos pacientes pois estes são expostos a um volume de 400 a 600 litros de fluido de diáliase por semana. A desinfecção inadequada do sistema de distribuição de água tem sido implicada como uma possível fonte de infecções bacterianas, sendo a maior incidência de bactérias gram-negativas, como Pseudomonas, Burkholderia, Acinetobacter e Stenotrophomonas. No período de novembro de 2008 a julho de 2009 foram coletadas 17 amostras de água na entrada da unidade de hemodiálise (pré-tratamento), 17 de água pós-tratamento (osmose reversa) e 100 de dialisato. Um volume de 500 mL de cada amostra foi concentrado pela técnica de membrana filtrante (0,22μm), sendo as membranas transferidas para caldo Infuso de Coração e Cérebro (BHI) e incubadas a 37oC por 24 horas. As culturas que apresentaram crescimento foram semeadas em ágar MacConkey e transferidas para série bioquímica. As cepas que não apresentaram evidências de fermentação foram submetidas a testes de oxidase e motilidade pela técnica de gota pendente e serão identificados pelo sistema API 20 NE. Para verificação da atividade do ácido peracético (FarmasterilÒ) foi transferido 1mL de suspensão bacteriana padronizada de acordo com o tubo 1 da escala de MacFarland para 4 mL do desinfetante a 0,2%. Após os tempos de exposição de 15 e 30 minutos, cada amostra foi semeada em Ágar Nutriente com neutralizante e incubadas a 37oC por 24 horas. Foram isolados bacilos gram-negativos não fermentadores (BNF) em 5 (29,4%) amostras de água pré-tratamento, 11 (64,7%) de água pós-tratamento e 38 (38%) de dialisato. Dessas, 1 (1,9%) cepa se mostrou resistente ao ácido peracético após 15 minutos de exposição. Apesar das técnicas de desinfecção utilizadas os resultados mostraram a persistência de BNF em água e dialisato. Isto indica um risco potencial de infecção para pacientes em hemodiálise e reforça a necessidade de um monitoramento mais eficaz em toda a unidade de hemodiálise.


Palavras-chave:  ácido peracético, água, dialisato, hemodiálise