| Área: Microbiologia Veterinária ( Divisão G )
PRESENÇA DE LEPTOSPIRA INTERROGANS SOROVAR CANICOLA EM PRÓSTATA DE CÃO.
Halim Atique Netto (Unirp); Fernanda Senter Magajevski (Unesp); Lucas Alves Santana (Unesp); Michelle Brich (Unesp); Nivaldo Aparecido Assis (Unesp); Raul Jose Silva Girio (Unesp)
Resumo
Foram utilizados 32 cães machos com idade entre um e cinco anos, pesando entre 10 e 20 Kg, negativos ao teste de soroaglutinação microscópica (SAM) e com PCR da urina negativo para leptospiras; destes, 20 foram infectados com 5 mL de uma cepa virulenta de Leptospira interrogans sorovar Canicola (concentração de 109 leptosprias/mL) pela via subcutânea na região cervicodorsal e 12 serviram como controle sendo aplicado o mesmo volume de solução fisiológica. Todos os 32 cães foram submetidos a avaliações físico/clínicas, andrológicas e sorológicas para leptopirose nos dias zero (dia da inoculação), três, cinco, sete, 10 e a partir dai de cinco em cinco dias. As amostras de soro sanguíneo obtidas nos dias de exames (incluindo o dia do sacrifício) foram submetidas a SAM. Em um cão, sacrificado 30 dias pós infecção, foi encontrada, pela técnica de Levaditi, a presença de Leptospira na próstata e no fígado. Esse cão apresentava título de 1.280 no dia do sacrifício e seu exame andrológico mostrava queda da motilidade e um alto número de espermatozoides com defeitos de cabeça. Exames histopatológicos dos rins e fígados dos 32 animais não mostraram qualquer indicativo de anormalidade durante o período de estudo. Apenas nos cinco animais infectados e sacrificados 45 dias pós inoculação foi evidenciado trostatite por meio do exame histopatológico. Essa infeção também foi evidenciada pelo aumento do número de espermatozoides com cabeça isolada. Na SAM dois destes animais apresentavam título de 640, dois de 1.280 e um de 2.560; o exame andrológico destes animais mostrou ainda: declínio na motilidade (média de 70%), no vigor (média de 3,2%), na concentração espermática e defeitos maiores acima de 10%. Conclui-se com esses resultados que cães infectados com L. interrogans sorovar Canicola podem apresentar alterações reprodutivas, caracterizadas principalmente pela prostatite, sendo neste estudo observada à partir de 30 a 45 dias após a introdução da cepa patogênica desta bactéria nos organismos, observou-se ainda evidente queda na qualidade espermática.
Esse experimento foi aprovado pela Comissão de Ética e Bem Estar Animal (CEBEA) da FCAV, Unesp, Campus de Jaboticabal, sob o nº 016766-05 de 05 de outubro de 2005. e teve o apoio finaceiro da Fapesp
Palavras-chave: Leptospira, cão, próstata, reprodução, Levaditi |