25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:522-2


Área: Genética e Biologia Molecular ( Divisão N )

ANÁLISE DA VARIABILIDADE GENÉTICA DE ISOLADOS DE CANDIDA DA CAVIDADE ORAL E AGENTES DE ESOFAGITE

Danielle Patrícia Cerqueira Macêdo (UFPE); Neiva Tinti de Oliveira (UFPE); Susane Cavalcanti Chang (UFPE); Aline Mary de Almeida Farias (UFPE); Vanessa Karina Alves da Silva (UFPE); Ana Botler Wilheim (HUOC); Reginaldo Gonçalves de Lima Neto (UFPE); Rejane Pereira Neves (UFPE)

Resumo

A parte superior do trato gastrointestinal, incluindo a cavidade oral e o esôfago, abriga uma grande variedade de patógenos. Apesar de outrora ter sido conhecida uma doença incomum, esofagite por Candida vem sendo reconhecida com maior frequência em imunodeprimidos. A translocação de Candida sp. da cavidade oral para a mucosa esofágica pode culminar em esofagite. Métodos de genotipagem podem evidenciar similaridade entre cepas colonizantes e infectantes, comprovando a provável origem endógena da maioria das infecções por tais patógenos. O objetivo deste estudo foi detectar diferenças intra-específicas entre os pares de isolados obtidos da cavidade oral e esofágica de pacientes com esofagite atendidos no setor de endoscopia digestiva do Hospital Universitário Oswaldo Cruz pela técnica de ISSR (Inter Seqüências Simples Repetidas) aplicada ao DNA genômico. Pacientes com sintomas sugestivos para esofagite foram submetidos à coleta de secreção oral através de swab esterilizado. Após a observação endoscópica direta de placas esbranquiçadas e exsudatos sobre a mucosa esofágica foram colhidos fragmentos das lesões com pinças de biópsias de fabricação Medglobe® esterilizadas. As amostras foram processadas no Laboratório de Micologia Médica (Departamento de Micologia, Universidade Federal de Pernambuco), procedendo-se ao exame direto e cultura. A identificação dos isolados foi realizada em função das características morfofisiológicas. O polimorfismo de DNA dos pares de Candida da mucosa oral e esofágica de 17 pacientes foi avaliado através da amplificação do DNA genômico com primers microsatélites (GTG)5 e (GACA)4.  Dos 17 pares de isolados obtidos, 15 foram da espécie C. albicans e dois C. glabrata. Cada um dos primers gerou diferentes produtos de amplificação, que variaram nas posições e intensidade das bandas. Para o primer GTG5, dos 15 pares de C. albicans, apenas dois apresentaram diferenças no tamanho de fragmentos amplificados, sendo os dois pares de C. glabrata 100% similares no tamanho dos fragmentos, concluindo-se que este primer é inadequado para mostrar variabilidade intra-específica, neste contexto. O primer GACA4 foi eficiente em distinguir os 15 pares de isolados de C. albicans e um par dos de C. glabrata. O primer GACA4 foi mais eficiente em demonstrar a variação genética entre as leveduras da cavidade oral e mucosa esofágica dos pacientes, indicando que a maioria destes microrganismos que colonizam a cavidade oral não foi similar ao par correspondente responsável pelo desenvolvimento da infecção esofágica.


Palavras-chave:  Candidíase esofágica, cavidade oral, Candida sp., variabilidade intra-específica