25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:509-1


Área: Fermentação e Biotecnologia ( Divisão J )

PRODUÇÃO E PROPRIEDADES BIOQUÍMICAS DE LIPASES DO FUNGO TERMÓFILO MALBRANCHEA PULCHELLA VAR. SULFUREA

Marita Gimenez Pereira (USP); Luis Henrique S Guimarães (USP); Maria de Lourdes Teixeira Moraes Polizeli (USP); Héctor Francisco Terenzi (USP); João Atilio Jorge (USP)

Resumo

Lipases são amplamente produzidas por microorganismos, formando um importante grupo biotecnológico de enzimas. Possuem diversas propriedades e especificidades. Lipases hidrolisam triacilgliceróis em ácidos graxos e glicerol, e são amplamente distribuídas na natureza. As lípases têm sido empregadas na síntese de biopolimeros e biodiesel, na produção de fármacos, agroquímicos, síntese de ésteres, detergentes, tratamento de efluentes, remoção de lipídios das peles de animais, farmacêutica, cosmética e produção de alimentos. Linhagens de microorganismos taxonomicamente próximas podem produzir lípases de diferentes tipos. Contudo há muitos microorganismos conhecidos para a produção de diferentes lípases. O ambiente com óleo (esgoto, depósitos de lixo e efluentes de fábricas) promovem um bom ambiente para o crescimento e isolamento desses microorgamismos lipolíticos. Neste trabalho, nós otimizamos a produção de lípase do fungo termófilo Malbranchea pulchella var. sulfurea e determinamos algumas propriedades bioquímicas. A lípase foi produzida em meio semi-sólido num tempo de 192 horas, utilizando farelo de trigo como substrato. Em meio submerso a lípase extracelular foi produzida a partir de 120 horas de cultivo. Em cultivo submerso, a melhor fonte lipídica foi óleo de girassol. A produção da enzima ocorre preferencialmente em condições de agitação por excursão (140 e.p.m). As reações foram máximas a 55ºC para ambas as enzimas. Tanto a lípase produzida em meio submerso, como as lípases produzidas em meio semi-sólido foram termoestáveis nas temperaturas de 40ºC – 60ºC. As lípases de M. pulchella apresentaram pH ótimo aparente na faixa de 5 a 8.5, e 5 a 6, para enzima semi-sólido e enzima extracelular de meio líquido, respectivamente. A enzima extracelular de meio líquido se mostrou mais estável frente a diferentes pHs, enquanto a lípase proveniente do meio semi-sólido se mostrou mais resistentes a diversos íons. A estabilidade térmica, resistência ao pH e a íons sugere que as lípases de M. pulchella tem potencial para aplicação. (CAPES; FAPESP; CNPq).

 


Palavras-chave:  Lipase, Malbranchea, termofilia