ISOLAMENTO DE ACTINOBACTÉRIAS EM DIFERENTES MEIOS DE CULTURA  E SELEÇÃO DE LINHAGENS COM POTENCIAL PARA A PROMOÇÃO DO CRESCIMENTO DE PLANTAS E BIOCONTROLE

Rafael Leandro Figueiredo Vasconcellos (ESALQ/USP); Mylenne Calciolari Pinheiro Silva (ESALQ/USP); Carlos Marcelo Ribeiro (ESALQ/USP); Elke Jurandy Bran Nogueira Cardoso (ESALQ/USP)

Actinobactérias são capazes de desenvolver diferentes funções no ecossistema edáfico. Esses microrganismos, além de interagir com outros grupos de microrganismos e plantas, ao produzir metabólitos secundários, são responsáveis pela degradação de diferentes compostos orgânicos. Nesse sentido, surge a necessidade de buscar microrganismos com potencial biotecnológico em diferentes ecossistemas. Dentre eles, que possui sua microbiota ainda pouco estudada, destaca-se a Floresta Ombrófila Mista (Floresta de Araucária), ecossistema que abriga a Araucaria angustifolia, espécie criticamente ameaçada. Assim, pesquisas voltadas à preservação e manejo de A. angustifolia, inclusive para fins comerciais, tornam-se necessárias, bem como o estudo dos microrganismos do solo.  Com o intuito de facilitar os estudos envolvendo actinobactérias encontradas na Floresta de Araucária, cinco meios de cultura (AI - Actinomycetes Isolation Agar; WYE - Water Yeast Extract Agar; YCED - Casamino Acids Yeast Extract Glucose Agar; MSSC - Mineral Salts Starch Casein Agar e LNMS - Low-Nutrient Mineral Salts-Agar) foram avaliados quanto à eficiência em isolar estes microrganismos. A amostragem das raízes com solo rizosférico aderido foi realizada na Floresta Nativa do Parque Estadual de Campos do Jordão, no Estado de São Paulo, Brasil, localizado na Serra da Mantiqueira (22º44' S e 45º30' W; altitude média de 1450 m). Além disso, foi analisada a capacidade dos diferentes isolados em solubilizar fosfato de cálcio, produzir ácido indol-acético e quitinases. Ao total, foram obtidos 103 isolados de actinobactérias. Dos cinco meios de cultura testados, somente o AI foi ineficiente em isolar actinobactérias. A produção de ácido indol-acético e quitinases foi detectada em 36 % e 24 % dos isolados analisados, respectivamente. Contudo, apenas 2 % dos  isolados foram capazes de solubilizar fosfato de cálcio. Futuros estudos devem ser realizados para comprovar o potencial biotecnológico desses microrganismos.