PREVALÊNCIA E PERFIL DE RESISTÊNCIA DOS MICROORGANISMOS ISOLADOS DE HEMOCULTURAS EM UM HOSPITAL PRIVADO DE SÃO LUÍS-MA.

Afonso Gomes Abreu Júnior (UFMA); Sirlei Garcia Marques (UFMG); Alícia Valéria dos Santos Zaranza de Carvalho (HUPD); Tânia Maria Gaspar Novais (HUPD); Luciane da Conceição Machado Melônio (IFES); Azizedite Guedes Gonçalves (UFMA)

As infecções da corrente sangüínea representam uma grave complicação nos pacientes críticos e estão associadas a elevadas taxas de mortalidade e prolongamento do tempo de hospitalização. Este estudo apresentou como objetivos determinar a prevalência dos microorganismos isolados em hemoculturas e avaliar o perfil de resistência com relação aos antimicrobianos em um hospital privado no período de janeiro de 2006 a junho de 2009 em São Luís-MA. Os microorganismos foram identificados através de provas bioquímicas convencionais e técnicas automatizadas. Para o teste de susceptibilidade aos antimicrobianos empregou-se o método do disco difusão (Kirby-Bauer). Entre os 636 microorganismos isolados, houve predomínio do Staphylococcus aureus com 176 (27,67%), seguido de Pseudomonas aeruginosa, 67 (10,53%) e Klebsiella pneumoniae, 66 (10,33%). O total de leveduras foi de 35 (5,51%), destacando-se a Candida parapsilosis com 14 (40%) e a Candida albicans com 11 (31,4%). Observou-se que 56% dos S. aureus apresentaram resistência para oxacilina, por outro lado, 100% foram sensíveis à vancomicina. O percentual de enterobactérias produtoras de β-lactamases de espectro ampliado correspondeu a 65% para Klebsiella pneumoniae, 64% para Enterobacter cloacae, 18% para Serratia marcescens e 6% para Escherichia coli. No que diz respeito aos bacilos Gram-negativos não fermentadores de glicose (BGNF) verificou-se que P. aeruginosa apresentou resistência para imipenem e meropenem de 63% e 67% respectivamente, sendo 100% sensível para Polimixina B. Considerando a diversidade e o percentual de resistência dos microrganismos aos antimicrobianos observados neste trabalho, os resultados enfatizam a importância de avaliações periódicas de modo que possam auxiliar a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar na implementação de medidas para a prevenção da disseminação de genes de resistência.