DIVERSIDADE GÊNICA E PERFIL DE SUSCEPTIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS DE AMOSTRAS DE S. PYOGENES ISOLADAS DE CRIANÇAS NO HOSPITAL DE PUERICULTURA E PEDIATRIA MARTAGÃO GESTEIRA / UFRJ
Adriana Victoriano da Silva (UFRJ); Deborah Marins Nascimento (UFRJ); Ivi Cristina Menezes de Oliveira (UFRJ); Antonio José Ledo Alves da Cunha (UFRJ); Agnes Marie Sá Figueiredo (UFRJ); Bernadete Teixeira Ferreira Carvalho (UFRJ)
Resumo
Os Streptococcus pyogenes (SGA)são considerados
um dos mais importantes patógenos humanos e causam desde simples
faringites a quadros invasivos graves e letais, além de sequelas não supurativas. Todos são sensíveis à penicilina, sendo
esta a droga de escolha para tratamento, porém falhas
terapêuticas tem sido relatadas. A eficácia de outras drogas no tratamento das infecções por
S. pyogenes tem sido avaliada.Porém, poucos estudos
epidemiológicos-moleculares têm sido realizados no Brasil, no intuito de se
conhecer melhor nossa realidade no que tange a susceptibilidade aos
antimicrobianos, e a diversidade clonal das cepas de SGA.O objetivo deste trabalho foi identificar amostras
de Streptococcus, isoladas no
Hospital de Pediatria e Puericultura Martagão Gesteira/UFRJ de diversos quadros
clínicos, testar a susceptibilidade dos SGA aos antimicrobianos comumente
utilizados na clínica médica e verificar a diversidade clonal dessas amostras. Para tal foram realizados testes de coloração
de Gram, catalase e sorogrupagem, após observação da morfologia colonial e
hemólise em placa de agar sangue. Das 51 amostras analisadas, 37 foram classificadas como SGA,
3 como do sorogrupo B (S. agalactiae),
8 como do sorogrupo G e 3 não foram classificadas pela técnica utilizada. O
antibiograma das amostras de SGA foi realizado frente e penicilina, eritromicina, cloranfenicol, clindamicina, claritromicina e
tetraciclina. As 37 amostras testadas foram sensíveis a penicilina,
cloranfenicol e cefalotina. Quinze (40%) foram resistentes a tetraciclina, 2
(5,4%) a eritromicina e a claritromicina e 1 (2,7%) a clindamicina. O gene ermA foi detectado nas amostras resistentes
a eritromicina por PCR. O estudo de diversidade gênica pela técnica de PFGE, após
restrição com a enzima SmaI,
demonstrou grande diversidade clonal entre os SGA, apesar de alguns clones
serem encontrados em mais de um paciente. A literatura mostra que
infecções por S. pyogenes são mais
comuns na faixa etária abaixo de 18 anos e podem ser muito graves ou até mesmo
letais. Utilizando amostras de S.
pyogenes isoladas de pacientes nesta faixa etária concluímos que estas se
mostraram sensíveis a maioria dos antimicrobianos utilizados, com exceção da
tetraciclina, e exprimem enorme diversidade clonal, o que está de acordo com os
dados encontrados na literatura.Órgãos financiadores: CNPq, FAPERJ, PRONEX.
Palavras-chave: antimicrobianos, susceptibilidade, diversidade gênica, crianças, S. pyogenes