25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:482-2


Área: Microbiologia Veterinária ( Divisão G )

ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DA MICROBIOTA CÉRVICO-VAGINAL DE OVELHAS NA REGIÃO DE PETROLINA - PE

Valdenice Félix da Silva (UNIVASF); Daniel Maia Nogueira (EMBRAPA SEMI-ÁRIDO); Isabelle Franco (UNIVASF); Chirles Araújo de França (UNIVASF); Mateus Matiuzzi da Costa (UNIVASF)

Resumo

O interesse pela ovinocultura vem crescendo nos últimos anos no Brasil. O Nordeste possui grande parte do contigente de ovinos e tem sido um dos setores mais intensificados em propriedades rurais a fim de diversificar culturas e gerar lucros. As enfermidades do trato reprodutivo de ovelhas causam prejuízos à rentabilidade da criação. Os microrganismos habituais da região vaginal tornam-se patogênicos quando os animais apresentam o sistema imunológico comprometido em decorrência de estresse e mudanças súbitas de manejo, temperatura, nutrição deficiente, final de gestação e parto. Foram realizadas coletas em 23 animais sadios, pertencentes a rebanhos na região de Petrolina. A coleta das amostras foi realizada por meio de swabs estéreis que após higiene da região vulvar, foram introduzidos até o fundo de saco vaginal com o auxílio de um espéculo asséptico. Após a coleta, as amostras foram acondicionadas em tubos estéreis com meio de transporte Stuart modificado e encaminhados ao Laboratório para processamento. As amostras foram semeadas em ágar-sangue e ágar macConkey, sendo incubadas a 37°C por 24 horas. Em seguida , as colônias foram selecionadas para identificação dos gêneros de acordo características morfológicas, tintoriais e bioquímicas. Utilizou-se para as bactérias gram positivas os testes de catalase, glicose e manitol semi-sólidos, ágar púrpura base, esculina, urease, DNAse, coagulase, e para as gram negativas os testes de oxidase, glicose oxidativa e fermentativa, três açucares e ferro, indol, motilidade, produção de enxofre, vermelho de metila, Voges Proskauer, citrato de Simmons, lisina e urease. Os gêneros bacterianos identificados foram Staphylococcus spp coagulase negativa (30,45%), Streptococcus spp. (4,34%), bacilos gram negativos ( 13,04%), Escherichia coli (47,83%) e Enterobacter spp. (4,34%), demonstrando a prevalência de microrganismos habituais do trato digestivo e relevantes agentes etiológicos de infecções oportunistas. As enterobactérias estão presentes na microbiota vaginal de ovelhas podendo apresentar potencial patogênico para o aparelho reprodutor. No entanto, a presença de Staphylococcus spp coagulase negativa demonstra que estes microrganismos podem estar associados a vaginites e vulvites em ovelhas.


Palavras-chave:  microbiota, ovelhas, vaginal