25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:473-2


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

DETECÇÃO DE GENES DE RESISTÊNCIA À B-LACTÂMICOS EM HAEMOPHILUS INFLUENZAE NÃO TIPÁVEIS ISOLADOS DE CRIANÇAS SAUDÁVEIS EM CRECHES DE GOIÂNIA

Camila Xavier de Carvalho (IPTSP/UFG); Lícia Kamila Melo (IPTSP/UFG); Fabiana Cristina Pimenta (IPTSP/UFG); Ana Lúcia S.s. de Andrade (IPTSP/UFG); André Kipnis (IPTSP/UFG)

Resumo

Introdução: O trato respiratório humano é um reservatório natural para Haemophilus influenzae (Hi). A colonização por cepas H. influenzae não tipáveis (HiNT) ocorre nos primeiros anos de vida com taxas elevadas entre crianças que frequentam creches. HiNT são patógenos primários de otite média (OM) crônica e recorrente em crianças, sendo a segunda causa mais comum de OM em crianças causado de 25-30% dos episódios. Frequentemente a transmissão ocorre entre crianças em creches. Diferentes antibióticos têm diferentes efeitos na dinâmica de colonização. A resistência a antibióticos β-lactâmicos em Hi é mediada principalmente pela produção de beta-lactamases, a maioria codificada pelo gene TEM 1 e menos frequentemente pelo gene ROB-1. Agentes beta-lactâmicos, incluindo penicilinas, cefalosporinas, carbapenêmicos monobactâmicos estão entre os antibióticos mais prescritos e a resistência bacteriana a esta classes de antimicrobianos está aumentando em todo o mundo. Material e Métodos: HiNT foram isolados de crianças menores de cinco anos que frequentaram creches na cidade de Goiânia. Um total de 1192 swabs de nasofaringe foram semeados em placas de agar chocolate contendo 5% de bacitracina, as colônias características de Hi foram confirmadas por PCR para espécie e cápsula. As cepas HiNT foram submetidas a PCR para os genes TEM1 e ROB-1. Resultados e Discussão: A taxa de resistência mediada via gene TEM1 foi de 34,6% (93/286) e não foi encontrada nenhuma cepa positiva para o gene ROB -1. A colonização por cepas HiNT é considerado um fator de risco para o desenvolvimento de otite média de repetição em crianças que freqüentam creches. O risco é aumentado quando se associa a outros fatores de risco avaliados para este população, como uso prévio de antibiótico por qualquer membro da família (OR 0,55; 95% IC, 0,41 – 0,70; p= 0,00) e ter irmão mais velho (OR 1,34; 95% IC, 1,09 – 1,83; p= 0,027). Conclusão: O uso de terapia antimicrobiana deve ser avaliado, pois muitos episódios de OM curam espontaneamente. O benefício do tratamento com antibióticos é perdido após descontinuação podendo causar seleção de cepas resistentes.


Palavras-chave:  Hameophilus influenzae não tipável, gene TEM, beta-lactamase, otite média, creche