25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:466-2


Área: Ecologia Microbiana ( Divisão I )

BIODIVERSIDADE FÚNGICA ANEMOFÍLICA PRESENTE EM BIBLIOTECAS: RISCO À AQUISIÇÃO DE INFECÇÕES FÚNGICAS ?

Diniz Pereira Leite Júnior Leite Jr. (UFMT/FCM); Evelin Rodrigues Martins Martins (HGU); Ana Caroline Akeme Yamamoto Yamamoto (UFMT/FCM); Janaina Vasconcellos Ribeiro Amadio Amadio (UFMT/FCM); Fabio Alexandre Leal do Santos Santos (UFMT/FCM); Mariana Caselli Anzai Anzai (UFMT/FCM); Sara de Almeida Simões Simões (HGU); Rosane Christine Hahn Hahn (HGU)

Resumo

Introdução: Os fungos dispersam-se na natureza através do ar atmosférico ou por outras vias como água, insetos, homem e animais. Os fungos que são dispersos através do ar atmosférico são denominados fungos anemófilos; estes são aeroalergenos que, quando inalados, podem ser responsáveis por manifestações respiratórias alérgicas, como asma e rinite. A colonização do ar está diretamente relacionada às condições do ambiente, de forma que os microrganismos variam em qualidade e quantidade. Os fungos são os principais agentes deteriorantes dos acervos bibliográficos, e um ambiente com grande concentração de matéria orgânica é favorecido pela ausência de ventilação adequada do acervo. Objetivo: Identificar a micobiota anemofílica em circulação nas bibliotecas universitárias de Cuiabá/MT. Metodologia: Foram coletadas 18 amostras de ambientes de três bibliotecas (2 universitárias e 1 municipal)  da cidade de Cuiabá.  Destas coletas 9 foram realizadas por exposição de placas de petri contendo ágar Sabouraud e 9 através de “swab’s” estéreis friccionados na parte superior de livros nas estantes em escolha aleatória. Resultados e discussão: Os primeiros resultados mostram que das 18 coletas realizadas foram isolados 14 gêneros e 26 espécies de fungos e 1 bactéria. Foram isolados 200 espécimens distribuídos nos ambientes: com circulação de ar 74 (37%), climatização artificial 91 (45,5%) e sem circulação de ar 35 (17,5%). Os gêneros mais freqüentemente isolados foram Aspergillus spp. 76 (38%) %, Sytalidium spp. 62 (31%), Fusarium spp. 16 (8%), Penicillium spp. 10 (5%), Cladosporium spp. 6 (3%), Curvularia spp. 5 (2,5%) Rhodotorula spp. 3 (1,5%), Cryptococcus spp. 2 (1%), Mucor sp. 1 (0,5%) %, Rhizopus sp. 1 (0,5) %, Candida sp. 1 (0,5) %, e Klebsiella pneumoniae 10 (5%). Conclusão: Nos ambientes trabalhados observou-se uma predominância de fungos filamentosos sobre os fungos leveduriformes e não foram observadas diferenças entre o número de gêneros e número de colônias de fungos esporulados, mas sim entre o número de colônias de fungos isolados. As espécies isoladas neste trabalho constituem risco à aquisição de infecções fúngicas. Além disso, a falta de metodologia padronizada de limpeza e manutenção periódica nos locais podem constituir fonte de inalação de esporos, responsáveis pelo aparecimento de doenças respiratórias em funcionários e usuários destes locais.


Palavras-chave:  FUNGOS ANEMÓFILOS, BIODIVERSIDADE, INFECÇÕES FÚNGICAS, BIBLIOTECAS