25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:445-2


Área: Microbiologia de Alimentos ( Divisão K )

CORRELAÇÃO ENTRE POTENCIAL TOXIGÊNICO E PRODUÇÃO DE ESCLERÓCIOS POR CEPAS DE ASPERGILLUS FLAVUS ISOLADAS DE AMENDOIM PROVENIENTE DE 4 DIFERENTES REGIÕES DO ESTADO DE SÃO PAULO

Gabriela Martins Reis (USP); Liliana de Oliveira Rocha (USP); Danielle Diniz Atayde (USP); Benedito Corrêa (USP)

Resumo

O amendoim é uma planta mundialmente consumida, sendo que, em suas sementes são freqüentemente detectadas a espécie fúngica Aspergillus flavus, principal produtor de aflatoxinas. Os isolados de A. flavus podem ser produtores de esclerócios, estrutura de resistência que permite o agrupamento dessas cepas em 2 tipos: cepas L (esclerócios de diâmetro superior à 400µm) e cepas S (esclerócios de diâmetro inferior à 400 µm). Cepas S são geralmente reportadas com sendo produtoras de altos níveis de aflatoxinas B1 e B2. 241 cepas de A. flavus, isoladas de grãos e cascas de amendoim da variedade Runner IAC 886, cultivado em 4 regiões do Estado de São Paulo (Cafelândia, Jaboticabal, Tupã e Rosália) foram submetidas a análise do potencial toxigênico, sendo incubadas em ágar coco por um período de 14 dias a 25 ºC. A extração das aflatoxinas foi feita com clorofórmio na proporção 10g do cultivo para 30 mL do solvente, a separação por Cromatografia em Camada Delgada (CCD) e a visualização das manchas com luz ultravioleta (365 nm). A quantificação foi realizada por comparação das manchas das amostras com as dos padrões das aflatoxinas B1 e B2. Para a produção de esclerócios, as cepas foram inoculadas em Ágar Czapeck, em triplicata, e mantidas a 30 ºC por 14 dias. Após este período, os esclerócios foram contados e 10 de cada replicata foram medidos. Análise do potencial toxigênico dos isolados de A. flavus revelou a presença de aflatoxinas em 92,1% das cepas. Dessas 21,62% foram isoladas do amendoim procedente da região de Cafelândia, 18,02% de Jaboticabal, 40,99% de Tupã, e 19,37%, de Rosália.  As concentrações de AFB1 variaram de 46,57mg/Kg a 28689,61mg/Kg (Cafelândia), 39,27mg/Kg a 2913,74mg/Kg (Jaboticabal), 50,56mg/Kg a 11640,97mg/Kg (Tupã) e 57,14mg/Kg a 19433,31mg/Kg (Rosália). Quanto à AFB2, as concentrações variaram de 1,50mg/Kg a 1784,807mg/Kg (Cafelândia), 3,68mg/Kg a 1818,50mg/Kg (Jaboticabal), 2,99mg/Kg a 9781,09mg/Kg (Tupã) e 3,88mg/Kg a 848,26mg/Kg (Rosália). Nas condições testadas, 85,1% das cepas foram produtoras de esclerócios. Destas, 100% foram classificadas como cepas do tipo S. O elevado percentual de cepas aflatoxigênicas e de cepas produtoras de esclerócios demonstraram correlação entre a presença da estrutura e a produção de aflatoxinas. Apoio: FAPESP


Palavras-chave:  Aflatoxina, Amendoim, Aspergillus flavus, Esclerócios, Potencial Toxigênico