25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:445-1


Área: Microbiologia de Alimentos ( Divisão K )

ANÁLISE DO POTENCIAL TOXIGÊNICO E DA VARIABILIDADE GENÉTICA DE FUSARIUM VERTICILLIOIDES ISOLADOS DE MILHO RECÉM-COLHIDO DE QUATRO DIFERENTES REGIÕES DO BRASIL

Liliana de Oliveira Rocha (USP); Gabriela Martins Reis (USP); Raquel Braghini (USP); Benedito Corrêa (USP)

Resumo

A espécie fúngica mais comumente associada à semente do milho no Brasil é Fusarium verticillioides, sendo capaz de produzir elevados níveis de fumonisinas. A necessidade de identificação correta desse fungo tem influenciado no aprimoramento das técnicas clássicas e no desenvolvimento de ferramentas moleculares.  Para a verificação da potencialidade toxigênica de 100 isolados de grãos de milho das regiões de São Paulo (SP), Rio Grande do Sul (RS), Mato Grosso (MT) e Bahia (BA), as cepas foram incubadas em arroz esterilizado por um período de 15 dias a 27 °C, seguido de 15 dias a 15 °C. Posteriormente, as amostras foram submetidas à extração de fumonisinas B1 e B2 e analisadas por CLAE. Para a verificação da variabilidade genética dos isolados e da similaridade com cepa padrão de F. verticillioides, os isolados foram submetidos à técnica de AFLP, utilizando-se EcoRI e MseI para digestão do DNA total e as seguintes combinações de  iniciadores para a amplificação seletiva:  EcoRI+ AC com MseI+CC,  EcoRI+ AC com MseI+CT  e EcoRI+ AC com MseI+CG. As reações foram realizadas de acordo com o Kit AFLP Microbial Fingerprinting (Applied Biosystems). A separação e a visualização dos fragmentos foram realizadas em ABI Prism 310 e no programa STRand versão 2.2.30, respectivamente.  A matriz de similaridade foi analisada pelo método de distância utilizando-se o algoritmo neighbor-joining que consta no PAUP 4.0b10. Na análise do potencial toxigênico, 100% das cepas foram capazes de produzir FB1 e 88% FB1 + FB2. As menores concentrações de FB1 e FB2 foram 0,151 µg/g (RS)  e 0,015 µg/g (RS) e as maiores 761,646 µg/g (BA) e 165,388 µg/g (BA), respectivamente. Através da técnica de AFLP foram obtidos 121 fragmentos, variando de 80 pb a 500 pb. A similaridade dos isolados com a cepa padrão de Fusarium verticillioides variou de 66% a 97,8%, demonstrando que todos os isolados pertencem a esta espécie. No dendrograma observou-se a formação de 10 grupos, sendo que não houve correlação dos diferentes grupos com a produção de fumonisinas e nem com as diferentes regiões estudadas. Os dados sugerem que os isolados não sofreram variabilidade em decorrência das diferentes condições locais. De fato, a dispersão de fungos na natureza é realizada por diversas vias, e o gênero Fusarium é adaptado aos diversos habitats no mundo, podendo viver como saprófita ou como patógeno em plantas. Apoio: FAPESP


Palavras-chave:  AFLP, Fumonisinas, Fusarium verticillioides, Milho, Variabilidade genética